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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Descrição de chapéu indústria

Setor de embalagens tem primeira alta desde 2013

Resultado do segmento é indicador que antecipa desempenho da indústria

Maria Cristina Frias
Latas de alumínio sem rótulo em linha de produção
Latas de alumínio estão entre as embalagens que registraram crescimento no período - Juca Varella - 26.out.2011/Folhapress

A indústria de embalagens voltou a crescer após três anos de retração, segundo o Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

A produção das fabricantes aumentou 1,96% em volume e chegou a R$ 71,5 bilhões em receita.

“A recuperação veio após um progresso no segundo semestre, principalmente depois do mês de setembro”, afirma Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre, associação do setor que encomendou o estudo. 

A fabricação de embalagens é um indicador antecedente —antecipa o desempenho da indústria naciona—, e a projeção para este ano é de um crescimento mais acelerado, com variação positiva de 2,96%, diz ela.

Quatro dos cinco segmentos analisados pela FGV tiveram melhora no desempenho em 2017. A exceção foram as embalagens de metal, que caíram 3,92%.

“Houve uma evolução na área de alumínio, em parte devido à demanda por produtos como latas de cerveja, mas o nosso mercado, com foco em aço, sofreu mais”, diz Eliane Romeiro, da Silgan White Cap, de tampas metálicas.

A filial da multinacional americana registrou queda de 10% nas vendas em 2017. A previsão é de uma alta de 6% a 7% neste ano, o que não seria suficiente para repor as perdas recentes, afirma.

“Nossa produção é voltada para itens de menor necessidade de consumo e mais caros, como palmito, conservas e alguns sucos”, afirma.


Cooperativa agrícola fará fábrica de R$ 200 mi em SC

A cooperativa agropecuária Cooperalfa, de Chapecó (SC), planeja iniciar a construção de uma planta de processamento de soja na cidade catarinense ainda neste ano. Serão investidos R$ 200 milhões na unidade.

“Com a fábrica nova, nossa capacidade de processamento vai a 2.000 toneladas diárias [pouco mais que o dobro da atual]”, afirma o presidente, Romeo Bet.

A estimativa é que ao menos R$ 100 milhões do montante seja aplicado na aquisição de maquinário. O restante será empenhado na obra.

Para este ano, a cooperativa projeta crescer 10% em faturamento. A alta no ano passado foi de 5,53%, impulsionada pela supersafra de soja e milho, dois de seus principais produtos agrícolas.

“Nossa produção de grãos será menor neste ano, mas projetamos uma recuperação nos preços, que caíram muito em 2017 pela oferta maior de commodities”, afirma.

Cerca de 30% da receita atual da Cooperalfa vêm de sua produção de industrializados. Em seguida, estão pecuária (19,3%) e insumos (15,7%). A produção agrícola representa 14,1% do total.

RAIO-X 
COOPERALFA

R$ 2,79 bilhões
foi o faturamento em 2017

19 mil
são os associados

3.150
é o número de funcionários


Preços baixos vão congelar aportes, dizem locadoras de guindastes

Uma guerra de preços entre as locadoras de guindastes deve levar a um congelamento dos investimentos que seriam feitos pelo setor neste ano, diz Júlio Simões, presidente da Locar e do Sindipesa (sindicato do setor).

Além da menor demanda por falta de obras de infraestrutura, os preços praticados estão de 30% a 40% abaixo do ideal, afirma o executivo.

“Seria normal termos 15% a 20% de ociosidade da nossa frota, mas hoje temos metade dos nossos 1.200 equipamentos parados”, diz ele.

“A previsão é de investimento zero, a não ser que surjam contratos pontuais que demandem aportes, quando há garantias envolvidas.”

É o caso da Guindastes Tatuapé, com 226 máquinas, que vai gastar US$ 6 milhões (R$ 19,5 milhões) para fazer a manutenção da frota atual.

“O preço pelo qual vendemos nossos serviços hoje não dá margem para que continuemos a renovação no futuro” afirma Denys Rodrigues, diretor da locadora.


Luzes acesas

A capacidade ociosa da indústria de eletroeletrônicos ficou em 25% em janeiro deste ano, uma queda de seis pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2017, segundo a Abinee (do setor).

A melhora indica uma leve retomada de algumas áreas, mas ainda está aquém do patamar de 20% considerado ideal pelos fabricantes, diz Humberto Barbato, presidente da entidade.

“Há um espaço muito grande para aumentar esse nível e, consequentemente, o emprego”, afirma.

“Teremos primeiro admissões para preencher vagas e depois algumas empresas deverão pensar na instituição de um segundo turno. Para falarmos em novos investimentos vai levar muito tempo.”

Cerca de 19% das companhias afirmam que têm a intenção de contratar neste ano, um patamar superior aos 12% registrados em dezembro, aponta a Abinee.


Otimismo... Os profissionais com mais de 25 anos e ensino superior completo estão mais confiantes com relação ao mercado de trabalho para os próximos seis meses, segundo a consultoria Robert Half.

...no médio prazo O indicador atingiu 52,8 pontos na escala de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam predomínio de boas expectativas. O índice referente à situação atual do mercado (31,4), porém, ainda mostra pessimismo.

A favor A ICC (Câmara de Comércio Internacional) e a CNI entregarão nesta quarta (28) ao secretário-geral da OCDE uma carta de apoio à adesão do Brasil à organização.

Energia A Cesp, em parceria com a Unesp, irá instalar uma planta de geração a biogás no campus da instituição em Jaboticabal. O investimento previsto no projeto é de R$ 3,9 milhões.

Saúde A incidência de colesterol alto entre executivas aumentou de 40% para 50% entre 2000 e 2016, segundo dados de “check-ups” da Med-Rio, de medicina diagnóstica.


​com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott ​

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