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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Fechamento de postos de combustível se tornou mais frequente, dizem entidades

Posto de combustíveis na Marginal Tietê, em São Paulo - Rubens Cavallari - 21.jul.2017/Folhapress

A redução nas margens de lucro e a maior fiscalização tem acelerado o fechamento de postos de combustível, sobretudo em cidades grandes, segundo entidades do setor.

“Temos observado que o mercado se tornou tão competitivo que muitas pessoas preferem mudar de ramo”, diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato setorial).

Pelo menos 215 estabelecimentos foram interditados no país por irregularidades nos seis primeiros meses de 2017, dado mais recente da ANP (agência regulatória), uma das responsáveis pelas autuações.

Um dos fatores que indiretamente aceleraram os fechamentos foi a alteração da política de preços da Petrobras no ano passado, segundo Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis (federação do setor).

A medida levou a uma redução da diferença entre o valor pago às distribuidoras e o cobrado na revenda —movimento que foi mais forte nas metrópoles, onde a oferta de estabelecimentos é maior.

“A margem média dos postos hoje fica entre 11% e 12%, mas em capitais chega a 6%.”

A flutuação dos valores nas refinarias ocorre diariamente, mas o mesmo não pode ser feito na bomba, diz ele.

Há também o impacto da alta de custos e das ações de fiscalização, afirma Soares. “Fraudes tendem a aumentar quando os negócios vão mal.”

Apesar de notarem piora, nenhuma das entidades do setor, nem a ANP, têm dados sobre o número de estabelecimentos fechados em 2017.

 

Laboratório São Marcos compra 5ª empresa em 12 meses

O grupo mineiro São Marcos, de medicina diagnóstica, comprou o laboratório Laborfase Padrão, que possui três unidades na região metropolitana de São Paulo.

O valor da transação não foi revelado. É a quinta aquisição em menos de 12 meses, diz Ricardo Dupin, presidente-executivo da compradora.

“Planejamos investir R$ 70 milhões na compra de empresas este ano. Pretendemos fechar pelo menos mais três ainda em 2017, e temos 11 planejadas”, afirma.

Grande parte dos recursos utilizados são próprios. O São Marcos passou a ter 69 unidades, a maioria na Grande Belo Horizonte.

Em São Paulo, o plano é ter unidades de atendimento em cidades na região do ABC Paulista, além de operações dentro da capital que forneçam serviços a outros laboratórios, segundo Dupin.

“Muitos laboratórios menores ou de médio porte não têm determinados produtos  e firmam parcerias com terceiros”, diz ele.

“Esse segmento, de dar apoio a outras empresas, deverá ser nacional. Atendemos hoje 140 laboratórios no Sudeste e no Centro-Oeste, mas a ideia é alcançar o Brasil todo até 2019.”

R$ 260 milhões
Receita bruta estimada para este ano

1.300
é o número de funcionários

69 
é o total de unidades em São Paulo e Belo Horizonte

 

Escola hacker

A Digital House, escola  de programação, captou US$ 26 milhões (R$ 85,4 milhões) para abrir unidades na América Latina. 

Os recursos são do fundo de investimento de impacto da TPG, gestora de private equity que administra US$ 72 bilhões em ativos.

A primeira operação foi aberta na Argentina e a segunda será brasileira. Começará a funcionar em abril, na capital paulista, afirma Carlos Alberto Júlio, diretor-executivo da companhia no país.

“O Brasil deverá representar metade do nosso faturamento quando as unidades estiverem maduras, em três anos. Acreditamos que precisaremos de novos pontos em São Paulo”, diz ele.

“Nossa primeira captação prevê inaugurações no México, Chile, Colômbia e Peru, mas talvez será necessário mais uma rodada de investimentos.”

Entre os sócios da escola estão executivos de empresas como Mercado Livre e do fundo KasZek Ventures.

4.500 m²
é a área da unidade no Brasil

400
são as empresas em que a gestora TPG já investiu

 

Odontologia nacional e importada

A Morelli, fabricante brasileira de materiais ortodônticos, vai investir R$ 15 milhões  em maquinário e desenvolvimento de tecnologia em sua fábrica em Sorocaba (SP).

Os maiores montantes serão concentrados na ampliação da produção de brackets de cerâmica usados na composição dos aparelhos.

“Os fornos e máquinas são importados, mas temos um time para fabricar moldes e desenvolver produtos com tecnologia nacional”, diz o diretor industrial, Roger Morelli.

A empresa, que também está presente no segmento de higiene bucal, cresceu 5% em faturamento em 2017.

Também no setor de cuidado com os dentes, a filial brasileira da suíça Curaden, fará aportes de R$ 15 milhões, destinados a um novo escritório, em São Caetano do Sul (SP), e à expansão da área de estoque das escovas importadas.

“A nova unidade terá 3.000 m²”, diz o CEO, Erik Vidal.

450
é o número de funcionários da Morelli

400 mil
escovas são vendidas pela Curaden ao mês no Brasil

 

Filme... O shopping Ibirapuera, localizado no bairro de Moema, em São Paulo, vai inaugurar em outubro deste ano seis novas salas da Playarte. A rede vai arcar com a maior parte do investimento, que será de R$ 12 milhões.

...com pipoca O centro comercial, que está sem cinema desde 2004, contribuirá com algumas das obras de adequação do espaço. A capacidade total prevista é de mil lugares.

Mais trabalho A GoWork, de espaços de coworking, vai inaugurar duas unidades até o final do ano. Serão investidos R$ 6 milhões em 2018 para atingir a meta de 3.000 postos de trabalho. Atualmente, conta com 2.,000.

Casa nova A Blue Tree vai investir R$ 5 milhões na reforma de dez de seus 22 hotéis. Estão previstas trocas de mobiliário e de equipamentos, assim como melhorias na alvenaria. A rede planeja ainda abrir um novo ponto este ano em Curitiba.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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