Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto
Descrição de chapéu stf câncer saúde

Uso de amianto continua após decisão no Supremo

Ministra Rosa Weber suspendeu, em dezembro, os efeitos da sentença até a publicação do acórdão 

Maria Cristina Frias
Mãos seguram lascas de amianto
Lascas de amianto bruto em antiga mina em Poes, na Bahia - Juca Varella - 25.mar.2004/Folhapress

O amianto crisotila ainda é extraído e seus derivados são vendidos no país, apesar de o STF ter proibido a substância em novembro.

O material, considerado nocivo à saúde, segue barrado em estados que têm leis restritivas sobre o tema.

Isso ocorre porque a ministra Rosa Weber suspendeu, em dezembro, a aplicação da decisão até que a corte publique acórdão da sentença. Não há prazo para isso.

A partir daí, serão cinco dias úteis para a apresentação de embargos de declaração (um tipo de recurso).

O IBC (Instituto Brasileiro do Crisotila), parte derrotada na ação que representa fabricantes da substância, afirma que apresentará os embargos.

“A CNTI [Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria] conseguiu que se suspendesse o efeito irrestrito [da sentença] até a publicação do acórdão”, diz Frederico Rodrigues, do Cescon Barrieu.

“O STF poderá dar prazo para que a suspensão ocorra”, diz Carlos Sundfeld, da FGV.

A única mina de amianto em operação no país, em Minaçu (GO), pertence à Sama, controlada pela Eternit.

A extração do mineral continuou em dezembro, indica a arrecadação da CFEM (contribuição pela exploração). Foram recolhidos R$ 380 mil em fevereiro, relativos ao último mês de 2017.

A Eternit diz que retomou a atividade da mineradora em dezembro e que anunciou o fim do uso da substância em seus produtos até o fim do ano.

 

Contêiner da China

A Miniso, varejista japonesa de decoração, papelaria e acessórios, vai triplicar o montante destinado à sua operação brasileira, segundo Frank Wei, presidente da empresa no país.

“Investimos R$ 100 milhões no último ano e, em 2018, será algo em torno de R$ 300 milhões”, afirma o executivo chinês.

O valor inclui a importação de produtos, quase todos oriundos da China. Cerca de mil contêineres entrarão no país até dezembro, afirma.

Outra parte do aporte é destinada à abertura de lojas —as 18 atuais deverão chegar a cem— e à contratação de empresas brasileiras, como operadoras logísticas e a Totvs, de tecnologia.

US$ 1,8 bilhão (R$ 5,9 bilhões)
foi o faturamento global da Miniso em 2017

 

Melhora química

O consumo aparente de resinas plásticas, usadas em itens como embalagens, sacolas e garrafas pet, cresceu 5,2% segundo a Abiquim (associação do setor químico).

O indicador mede a soma da produção e importação, excluídas as exportações.

O aumento veio após três anos de queda, diz Edison Terra Filho, coordenador da comissão setorial na Abiquim e também diretor da Braskem.

O volume comprado de outros países foi o que teve a maior variação.

“O incremento das exportações está alinhado ao investimento sendo feito em novas fábricas nos Estados Unidos, onde a matéria-prima é mais barata. É natural que haja mais produtos de fora.”

A melhora de 2017 não foi homogênea entre as áreas de resinas, diz Marcos Curti, diretor do grupo Solvay.
“A parte de plásticos de engenharia [de maior valor agregado] cresceu, em média, 20% no ano passado”, afirma.

A alta está ligada à melhora nas indústrias compradoras, como a automobilística e a de eletrodomésticos, diz ele.

 

Meio vazio... A confiança dos comerciantes do estado de São Paulo teve queda de 4,4% em fevereiro após dois meses consecutivos de melhora, segundo índice medido pela FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).

...meio cheio A queda de 7,4% no indicador Momento Atual dos Negócios, que revelou insatisfação com situação geral, vendas e encomendas, alavancou a redução. Ainda assim, o resultado está 17% acima do registrado no mesmo mês de 2017.

A todo gás O governo de São Paulo autorizará na quinta (15) a formação de consórcio entre a Emae e a Gasen, que investirá R$ 5 bilhões em uma usina termoelétrica a gás.

 

Mais dinheiro na calcinha

O valor médio gasto por brasileiras nas compras de roupa íntima aumentou 20% em pouco mais de dois anos, segundo a consultoria Iemi. O tíquete médio subiu de R$ 106, em dezembro de 2015, para 
R$ 127 em fevereiro deste ano.

“Cada vez mais, a brasileira procura roupa íntima com viés de moda, mais trabalhada e sofisticada, e não apenas roupa de baixo”, afirma Sylvio Korytowski, diretor da marca Hope.

As mulheres da região Sudeste foram responsáveis por compras 9% mais caras  que a média nacional. O valor chegou a R$ 138,50.

A região Nordeste, entretanto, tem registrado crescimento de vendas mais acelerado, diz Ronald Masijah, diretor-presidente da Darling Lingerie, do setor.

A quantidade de vezes que as brasileiras compram roupa íntima também aumentou no período. Subiu de 5,2 para 5,5 por ano, de acordo com a consultoria.

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas, Diana Lott e Arthur Cagliari

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.