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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Seguro de garantia desacelera, e prêmios caem 15%

Resultado ocorre após o segmento ter fechado 2017 com alta superior a 32%

Maria Cristina Frias

Os pagamentos por seguros garantia, que cobrem o cliente contra eventuais não cumprimentos de contratos, diminuíram 15,2% nos dois primeiros meses deste ano, segundo a Susep (superintendência de seguros).

O resultado ocorre após o segmento ter fechado 2017 com alta superior a 32% nos prêmios desses produtos, influenciado pelo aumento dos seguros de garantias judiciais.

Essa modalidade sustentou o crescimento desses produtos em meio à recessão, como contraponto às contratações para projetos de infraestrutura, que minguaram na crise.

A Swiss Re teve cerca de 80% do seus prêmios de garantia —de R$ 200 milhões— vindos da cobertura judicial em 2017.

Obras da estação CECAP da Linha 13-Jade da CPTM em Guarulhos (SP).
Seguro garantia de infraestrutura minguaram na crise - Zanone Fraissat/Folhapress

“A retração de limites de crédito para as empresas influenciou a alta nos preços dos seguros em 2017. Agora a situação está melhor para companhias, e há mais concorrência entre seguradoras”, diz o diretor João Di Girolamo.

A redução não significa que o mercado esteja em retração, segundo ele. 

“É um segmento não linear, há meses em que temos negócios maiores. Foi assim no primeiro bimestre do ano passado. Estimamos estabilidade para 2018, com o aumento de contratos de infraestrutura e diversificação da carteira”.

“Apesar da queda no mercado, crescemos 35% no período. Neste ano, projetamos que as garantias tradicionais, de grandes obras, retomem a importância que tinham”, diz o diretor-executivo da Pottencial, Carlos Ferreira.

A empresa, que tem pouco mais da carteira de garantia em produtos judiciais, estima alta de 26% para esses seguros neste ano.

 

Após nove meses de alta, intenção de consumo cai 2,3% em abril

A intenção de consumo das famílias caiu 2,3% em abril, segundo a FecomercioSP (federação do comércio).

O índice registrou 92,9 pontos em uma escala de 0 a 200. Valores inferiores a 100 mostram insatisfação dos entrevistados em relação às condições para compras.

É a primeira queda desde junho do ano passado. Na comparação anual, porém, ainda há crescimento, de 18,6%.

“Parte da queda é explicada pela sazonalidade. Medimos, por exemplo, se os entrevistados consideram ser um bom momento para comprar bens duráveis. Esse subindicador caiu 11%”, diz Guilherme Dietze, economista da entidade.

“A base econômica que garantiu a alta permanece, mas a instabilidade política e a lentidão econômica influenciam negativamente a opinião dos consumidores”, diz ele.

A federação estima que o indicador se estabilize nos próximos meses, com possibilidade de oscilação negativa a depender da reação da economia e da evolução do quadro eleitoral.

 

Com e sem sazonalidade

O emprego em dois setores industriais distintos, o de calçados e o de laboratórios farmacêuticos, apresentou alta na contratação, o que pode representar uma retomada, segundo os dirigentes.

“A indústria farmacêutica foi melhor em unidades vendidas, receita e vagas geradas. Isso não é sazonalidade, mas sim ampliação de produção”, afirma Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (sindicato de empresas do setor).

No negócio calçadista, os três primeiros meses do ano costumam ter saldo positivo de vagas. O número foi de quase 20 mil novos postos, ou cerca de 3% a mais que em 2017.

O crescimento havia sido maior no ano passado.

A indústria como um todo ganhou vagas neste ano. O saldo de 2017 foi negativo, especialmente pelo mau desempenho nos dois últimos meses.

 

Saúde japonesa

O hospital Nipo-Brasileiro, localizado na zona norte de São Paulo, vai investir aproximadamente R$ 42,3 milhões na construção de um prédio, em reformas e na compra de equipamentos neste ano.

A maior parte do aporte será aplicada na obra de uma torre que vai abrigar o setor de diagnóstico do complexo hospitalar e receberá internações menos graves.

“Vamos aumentar nossa área construída em pouco mais de 9.000 m². A obra já foi aprovada, estamos na fase de definir os projetos. Os trabalhos vão começar em novembro”, diz o superintendente-geral, Walter Amauchi.

A companhia iniciou em março a reforma de seis salas de cirurgia do hospital, que deve terminar em seis meses e terão orçamento de R$ 2 milhões ao todo.

“A empresa vai adquirir também um aparelho de ressonância magnética por cerca de R$ 7 milhões e acabou de comprar um novo aparelho de endoscopia por R$ 800 mil”, afirma o executivo.

Os R$ 2,5 milhões restantes serão aportados na implementação de um sistema de gestão com o objetivo de agilizar os atendimentos, principalmente no pronto-socorro, que recebe 24 mil pacientes por mês.

R$ 380 milhões
foi o faturamento do hospital no ano passado

1.620
são os funcionários

243
são os leitos

 

NA MESMA A Moody’s deu nota estável à dívida do estado de São Paulo. A agência considerou que a receita começou a se recuperar em 2017.

AFIADAS Uma operação para achar produtos falsificados no Peru identificou 74 mil tesouras da marca “Mindali”, semelhante à brasileira Mundial.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Arthur Cagliari

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