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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Governo aplica multas de R$ 7 mi, sete vezes a média dos últimos anos

O tamanho das empresas e a extensão dos danos foram considerados no cálculo das penalidades

Maria Cristina Frias

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, passou a aplicar multas sete vezes maiores que o valor médio de anos passados.

A Via Varejo, que incorporou a Cnova, e a Decolar.com foram penalizadas em mais de R$ 7 milhões neste ano.

O tamanho das empresas e a extensão dos danos foram considerados no cálculo das multas, diz Ana Carolina Caram Guimarães, diretora do departamento.

Fachada do prédio do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília
Fachada do prédio do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília - Divulgação

“Obviamente tem a discricionariedade do gestor, e eu realmente majoro [aumento] em razão do porte financeiro das empresas”, afirma ela.

No caso da Cnova, no entanto, outros fatores pesaram.

“Os consumidores receberam tijolos nas casas deles, e a empresa não respondeu ao Ministério da Justiça, não colaborou com investigações e não se retratou com os clientes. São vários fatores que contaram para o aumento.”

A Via Varejo, em nota, afirma que a responsável pelas práticas foi uma antiga parceira comercial, que usava seu site como marketplace.

Sobre a Decolar.com, penalizada por “geopricing” (determinação de preço de acordo com o local do consumidor), Guimarães diz que houve discriminação contra o consumidor brasileiro. “Isso viola nossa condição como cidadãos.”

A Decolar.com não concorda com a tese de que fazia “geopricing” e vai recorrer da multa. Em caso de derrota, planeja levar o caso à Justiça.

Corre também uma ação civil pública em sigilo pela mesma prática, e a empresa deverá esperar o resultado desse processo para argumentar contra a pena administrativa.

 

Fim do sabático

 

A rede baiana de lojas de departamento Le Biscuit vai investir em novas operações após reduzir seu ritmo de expansão nos últimos três anos.

O plano da empresa prevê cem inaugurações até 2020, o que demandará um aporte de R$ 250 milhões, diz Roberto Hentzy, diretor-executivo da marca, que tem a gestora Vinci Partners como sócia.

De 2015 a 2017, foram cerca de 25 unidades novas. São cem atualmente. O foco no próximo triênio será a região Nordeste, o Sudeste e o Pará.

“Passamos por um ciclo de preparação em que destinamos R$ 100 milhões em logística, tecnologia e processos.”

A previsão sejam abertas até o fim deste ano entre 25 e 30 lojas, com um investimento na ordem de R$ 60 milhões. 

Além das operações próprias previstas, a Le Biscuit também começará a comercializar franquias, afirma Hentzy.

“Ainda não sabemos precisar quantas serão as franqueadas. Estarão nas mesmas regiões, com ênfase nas cidades naqueles com população entre 50 mil a 200 mil pessoas.”

R$ 572,7 milhões
foi a receita operacional líquida da Le Biscuit em 2017

 

Copa do Mundo afeta viagem de negócios, mas setor é otimista

A Copa do Mundo da Rússia tem afetado a ocupação de hotéis em grandes centros no Brasil que dependem de eventos corporativos.

“Houve um crescimento no turismo de negócios de cerca de 15% no primeiro semestre, mas o torneio tem impactado mais do que imaginávamos”, diz a diretora de operações da Nóbile, Renata Beraldo.

Entre os empreendimentos da rede, o Wyndham Nortel, próximo ao Expo Center Norte e ao Anhembi, em São Paulo, tem tido queda de 20% em suas reservas para julho. A ocupação média para o mês costuma variar entre 60% e 80%.

“A greve dos caminhoneiros também impactou porque eventos foram adiados ou cancelados.” Ainda assim, a rede projeta alta de 26% em sua receita, que deverá vir em boa medida com novas unidades.

A projeção do setor para os próximos meses também segue positiva. “O fim do ano concentra a receita e terá mais movimento que o registrado até aqui”, diz Eduardo Murad, diretor-executivo da Alagev (associação do setor).

Cerca de 60% dos gestores de viagens empresariais preveem manter ou aumentar seus gastos a partir de julho, aponta levantamento da entidade.

 

Fora da lista

A Rede Brasil, entidade responsável pela iniciativa Pacto Global da ONU no país, descredenciou  40 empresas e organizações de sua lista de signatários. Ao todo, são 757 empresas são participantes atualmente.

As empresas foram excluídas porque a entidade avaliou que elas não cumpriam ao menos 1 dos 10 compromissos aos quais elas aderiram voluntariamente. 

Entre os itens, estão o combate à corrupção e o respeito aos direitos humanos.

“No Brasil, as empresas que aportam ao Pacto, que faturam mais de R$ 50 milhões ao ano, são avaliadas”, diz o presidente, Carlo Pereira.

 

Petroleiras O investimento obrigatório em pesquisa e desenvolvimento no setor cresceu 49,1% em 2017 e chegou a R$ 1,29 bilhão, segundo a ANP (agência reguladora).

Operadoras Planos de saúde registraram 1,5 bilhão de consultas, internações e exames feitos em 2017, um aumento anual de 3,4%, aponta a ANS (agência reguladora).

Estratégia A alocação média de capital em renda fixa caiu de 51,3% em março de 2017 para 43,9% em 2018, segundo 36 gestoras ouvidas no país pela consultoria Mercer.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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