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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Idosos são a única faixa etária que cresce em planos de saúde

Diferença entre número de jovens e de pessoas mais velhas preocupa setor de saúde suplementar

Maria Cristina Frias

O número de idosos beneficiários de planos de saúde cresceu 2,5% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).

 

O percentual destoa das demais faixas etárias: houve redução de vidas de 0 a 18 anos (0,6%) e de 19 a 58 anos (0,3%).

Idosos em centro comunitário - Fernando Donasci - 13.mar.18/Folhapress

As despesas assistenciais com pessoas de 59 anos ou mais deverão superar a soma das demais em 2030 e chegar a R$ 213,8 bilhões, diz o instituto.

A disparidade entre o número de jovens e pessoas mais velhas preocupa o setor, diz Marcos Novais, economista-chefe da Abramge (das empresas de medicina de grupo).

“A legislação impõe uma espécie de subsídio entre gerações: uma pessoa na última faixa etária não pode pagar mais do que seis vezes o valor da primeira”, afirma.

“Isso faz que o preço seja um pouco maior para jovens, e menor para idosos. É uma situação especialmente perigosa se os mais novos não entram [no mercado de saúde suplementar], parecida com o dilema da Previdência.”

O envelhecimento da população e o desemprego durante a recessão foram os principais fatores que levaram a um  desnível entre faixas etárias, segundo José Cechin, diretor-executivo da Fenasaúde (que reúne grandes operadoras).

Entre possíveis soluções para a questão estão modelos de capitalização (em que o beneficiário contribui para garantir o futuro do próprio plano) e maior oferta de produtos com coparticipação e franquia, afirma Cechin.

 

Concentração segura

As aquisições e fusões vão se intensificar no setor de seguros, segundo a consultoria KPMG, que fez um estudo global sobre o tema.

A maioria (80%) dos executivos de grandes empresas afirmou que há planos dessa natureza para os próximos três anos.

A principal razão para o movimento é a intenção de mudar a maneira como as operadoras obtêm suas receitas, o que a consultoria chama de modelo de negócios.

“As maiores empresas do setor querem comprar outras que deem a elas novas capacidades”, afirma Fernando Mattar, sócio da KPMG. 

Adquirir concorrentes para ficar com a base de clientes também é um motivo, mas o menos comum na lista dos apresentados.

A concentração deverá levar mais tempo para acontecer no Brasil, diz Mattar, pois há incertezas econômicas.

 

Adaptação veterinária

A MSD Saúde Animal, companhia de produtos veterinários do grupo Merck, vai investir R$ 145 milhões em suas duas fábricas no Brasil, localizadas nas cidades de Cruzeiro (SP) e Montes Claros (MG).

Essa última foi incorporada em 2017 após a aquisição da concorrente brasileira Vallée por cerca de R$ 1,2 bilhão.

“Há uma diferença entre os padrões de uma empresa multinacional como a MSD e uma local, então uma série de adequações são necessárias”, diz Edival Santos, presidente da compradora.

O aporte, que será concluído em até três anos, também será utilizado para aumentar a capacidade produtiva.

“Vemos muito potencial em algumas linhas que foram adquiridas, como a de vacinas, inclusive para ampliar vendas ao mercado externo”, afirma.

R$ 930 milhões
foi o faturamento no Brasil em 2017

1.000
são os funcionários no país

 

Saúde fluminense

A Policlínica Granato, rede que faz consultas e exames a preços populares, deverá abrir ao menos mais oito unidades no Rio de Janeiro e sua região metropolitana em 2019. A empresa tem hoje sete unidades no estado.

A expansão vai demandar um aporte de R$ 35 milhões da empresa. “Captamos esse valor, teremos a entrada de um novo sócio”, afirma presidente da marca, Paulo Granato. A empresa não revela o nome do investidor.

A rede, que cobra em média R$ 95 por consulta, também passará a oferecer cirurgias como correção de catarata, vasectomia e parto cesáreo.

“Teremos parcerias com hospitais para usar equipamentos ociosos, com operações realizadas aos finais de semana. A ideia é parcelar os valores em até seis vezes. Um parto custaria R$ 7 mil, por exemplo”, diz ele.

 

Aos candidatos
Bernardo Pascowitch, diretor da ABFintechs

As fintechs (empresas de finanças prestam só serviços digitais) querem que o próximo governo dê continuidade aos projetos do atual, diz Bernardo Pascowitch, diretor da ABFintechs (associação do segmento).

O Banco Central deu sinais de que pensa nessas empresas para aumentar a competitividade no segmento financeiro, segundo ele.

“A regulação do setor de crédito, de maio de 2018, é positiva, mas não suficiente.”

A entidade sugere ao próximo presidente oferecer linhas de financiamento por meio de bancos públicos e incentivos fiscais para empresas que adquirirem uma fintech.

Seria um fomento ao ramo, pois as companhias iniciantes se tornariam mais atraentes aos investidores.


Principais demandas da ABFintechs aos presidenciáveis

  • Linha de crédito para o setor, via banco público ou outro órgão
  • Incentivos fiscais para empresas que comprarem fintechs 
  • Possibilidade para que elas atuem em campos ainda restritos a instituições financeiras, especialmente no setor de crédito

58%
das fintechs do país estão em São Paulo

25%
atuam com meios de pagamento

58%
ainda não atingiram o break-even

 

Robô Saúde foi a área que mais concentrou investimentos em inteligência artificial no segundo trimestre de 2018, segundo pesquisa da investidora de startups Fisher e da KPMG. Mais de 50 das 279 transações ocorreram nesse setor.

Em atraso A inadimplência de pessoas físicas deverá ficar estável neste mês, segundo o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo). A taxa média deverá ser de 4,99%, com tendência de alta dos atrasos de até 90 dias.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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