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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Bancos registram alta na renegociação de dívidas no fim de 2018

Pessoas físicas buscaram mais os feirões e os canais das instituições

Maria Cristina Frias
São Paulo

Mais pessoas buscaram acordos para renegociar dívidas nos últimos meses de 2018, segundo os bancos.

Grande parte dos inadimplentes aproveita os feirões de fim de ano promovidos por birôs de crédito e entidades de defesa do consumidor, segundo Simão Kovalski, diretor de reestruturação de ativos operacionais do Banco do Brasil.

Além de reduzir multas e juros, as instituições financeiras costumam aproveitar os eventos para alongar prazos e dar períodos de carência para o início do pagamento das parcelas.

“Só em dezembro negociamos mais de R$ 10 milhões. No mesmo período de 2017 foram R$ 6 milhões”, diz Kovalski.

“Em novembro e dezembro, o volume de pessoas que procurou solucionar pendências pela internet e por smartphones cresceu 27% na média diária, principalmente nas pessoas físicas de baixo varejo [com dívidas menores].”

O Itaú Unibanco, que promove desde outubro um feirão próprio, registrou incremento de 32% na procura por centrais de negociação ao se considerar todos os canais, inclusive agências físicas.

O número de acordos fechados subiu quase 15% no Santander, segundo Paulo Cesar Mendes Oliveira, superintendente-executivo de recuperação de crédito do banco.

“É natural que haja um aumento nos meses finais por causa da injeção de recursos na economia, sobretudo o 13º salário. No ano passado, porém, não observamos tanto esse movimento”, diz ele.

“Por outro lado, temos buscado oferecer soluções ao longo do ano, com antecedência, o que contribui para uma menor inadimplência.”

 

Segmentos de energia querem discutir subsídios uns dos outros

A discussão sobre subsídios implícitos e explícitos nas contas de luz deverá se intensificar em 2019. Para as distribuidoras, é importante rever regras da geração distribuída (em que clientes instalam painéis solares em suas casas).

“Essa modalidade de conexão teve crescimento de mais de 1.000% nos últimos dois anos”, diz Nelson Leite, presidente da Abradee (associação das distribuidoras).

Donos de painéis solares não pagam pela estrutura que permite que se insira e retire a energia do sistema. “Esse é um subsídio oculto, porque não se paga pelo uso do fio, e é preciso discutir esse tema."

Regras para o fim de incentivos precisam ser definidas, diz Edvaldo Santana, presidente da Abrace (associação dos grandes consumidores).

“Não faz sentido acabar com subsídios de uma hora para outra, mas, sim, de forma gradativa. Há segmentos, como as eólicas, que não precisam.”

Elbia Gannoun, presidente da Abeeólica (associação do setor), diz concordar que o benefício não é mais necessário, mas, sem o incentivo, compradores migrarão para outras fontes.

 

Prevenção contra epidemia

A subsidiária brasileira da Euroimmun, fabricante alemã de produtos para diagnóstico, aumentou a importação de itens que detectam dengue, zika e chikungunya, segundo o diretor-executivo Gustavo Janaudis.

A empresa fornece o material para laboratórios e clínicas e terá 2 milhões de testes no país, 300 mil a mais que no último verão, diz o executivo. 

“Cerca de 40% do volume já está comprometido com o mercado privado. A importação também foi maior para atender secretarias de saúde estaduais, que já iniciaram tomadas de preço.”

O excedente poderá ser utilizado ao longo do ano, segundo Janaudis.

“O estoque fica na fábrica e em um centro de distribuição de 1.400 m². Temos um projeto pré-aprovado para acrescentar outros 2 mil m² [em 2019].”

€ 284 milhões
(R$ 1,26 bilhão no câmbio atual) foi o faturamento global da Euroimmun em 2017

 

Crescimento sob o capô

A indústria de autopeças deverá aumentar em 10,1% os investimentos no Brasil em 2019, segundo o Sindipeças (sindicato setorial).

A previsão é que R$ 2,72 bilhões sejam aportados no próximo ano, o maior nível desde 2013. O aumento será inferior aos 33,5% de crescimento de 2018.

O setor projeta que o faturamento chegue a R$ 107,1 bilhões, uma alta anual de 8,4%, e que a mão de obra empregada cresça 5,5%.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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