O investimento de fundos de capital de risco no Brasil cresceu cerca de 44% nos nove primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2017, aponta a KPMG.
O valor somado dos aportes em empresas do país chegou a US$ 650 milhões (R$ 2,49 bilhões, pela cotação atual).
Não houve mais negócios que em 2017, mas as cifras foram mais vultosas, diz Raphael Vianna, diretor da consultoria.
“Existe capital disponível para bons projetos brasileiros, e nós temos muitos problemas estruturais, como baixa bancarização, que podem ser resolvidos com novas tecnologias.”
Destacam-se financiamentos de negócios de transportes de cargas e plataformas de comércio eletrônico no terceiro trimestre, afirma ele.
A queda das taxas de juros e dos rendimentos de título de renda fixa têm somente relação indireta com os números, segundo Vianna.
“O dinheiro dos fundos de ‘venture capital’ é majoritariamente estrangeiro. Entidades brasileiras que atuavam de forma tradicional nesse mercado passaram a financiar menos empresas.”
A maioria dos investidores institucionais são de outros países, mas há aumento de interesse de pessoas físicas e famílias, segundo Humberto Matsuda, do conselho da Abvcap (associação de “private equity” e “venture capital”).
O mercado brasileiro é pequeno em valor absoluto e em proporção do PIB, diz ele.
“Há espaço para crescer: em 2018, tivemos os primeiros aportes em ‘unicórnios’ (empresa de tecnologia que vale mais de US$ 1 bilhão), e outros ocorrerão em 2019.”
Na tela e no papel
A Simpress, empresa da HP que gerencia serviços de impressão para outras companhias, planeja investir R$ 100 milhões para aumentar sua área de atuação em 2019.
Além de instalar impressoras, a marca priorizará o fornecimento de computadores e celulares, segundo Vittorio Danesi, presidente da operação brasileira.
“Iniciamos a terceirização de PCs e smartphones no fim do terceiro trimestre, e essas áreas deverão ser a nossa alavanca de crescimento em dois anos”, diz ele.
“Temos oportunidade de expandir nossa oferta para a carteira de 1.100 clientes do serviço de impressão.”
A Simpress também vai inaugurar um escritório no Rio de Janeiro no próximo mês. O estado será uma das prioridades, assim como outros mercados maduros como São Paulo e Rio Grande do Sul.
135 mil
são os equipamentos da Simpress no Brasil
Cooperativas do Paraná vão construir fábrica de queijos
A Unium, que reúne as cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal, vai aportar cerca de R$ 70 milhões na construção e na instalação de uma fábrica de queijo em Ponta Grossa (PR).
“A obra começa em fevereiro, e deve terminar só em 2020. O maquinário será adquirido já no próximo ano”, afirma Emerson Moura, superintendente da Frísia, dona da área que receberá a planta.
Essa cooperativa, antiga dona da marca de lácteos Batavo, investirá ainda aproximadamente R$ 50 milhões em 2019.
A maior parte dos recursos é destinada à ampliação da área de sementes.
“Queremos crescer nesse setor, que tem maior margem. Faremos aportes em armazenagem e secagem, além de melhorias na segurança.”
“Instalaremos equipamentos na nossa unidade em Tocantins para receber milho e soja simultaneamente”, diz o presidente da cooperativa, Renato Greidanus.
R$ 2,45 bilhões
foi o faturamento da Frísia em 2017
Vagas nos planos
O nível de emprego em empresas ligadas à saúde suplementar cresceu 3,1% no acumulado de 12 meses até outubro, segundo o Iess (instituto de estudos do setor). Foram 106,6 mil novas vagas.
O segmento de prestadores de serviço, que inclui hospitais e clínicas, é o que mais cresce, a uma taxa de 3,3%. É o maior empregador, com 2,5 milhões de postos de trabalho.
A tendência é que os números sigam em alta no ano que vem, segundo Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo da entidade.
“A perspectiva é positiva tanto para operadoras, indústria e prestadores de serviço quanto para o número de beneficiários dos planos, que está ligado ao nível de emprego formal.”
Síndico... A administradora de imóveis Lello teve uma queda de 36% na inadimplência do pagamento da taxa de condomínio. O índice de boletos em atraso após 60 dias é de 2,77%, o melhor número em quatro anos.
...blues O Secovi-SP notou que foram protocolados 630 processos de cobrança de condomínio na Justiça em novembro; 46% a menos que no mesmo mês de 2017. Novas regras reforçam o pagamento, dizem agentes do setor.
Finanças A cooperativa de crédito Unicred planeja investir R$ 20 milhões em tecnologia e expansão de sua rede de atendimento em 2019. A entidade tinha, até outubro, R$ 12,2 bilhões em ativos e cerca de 201 mil cooperados.
Hora do café
com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas
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