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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Investimentos dos fundos de capital de risco cresceram 44% neste ano

Montante dos aportes em empresas do país chegou a R$ 2,49 bilhões

Maria Cristina Frias

O investimento de fundos de capital de risco no Brasil cresceu cerca de 44% nos nove primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2017, aponta a KPMG.

O valor somado dos aportes em empresas do país chegou a US$ 650 milhões (R$ 2,49 bilhões, pela cotação atual).

Não houve mais negócios que em 2017, mas as cifras foram mais vultosas, diz Raphael Vianna, diretor da consultoria.

Gráfico de flutuações dos índices de mercado na B3 - Diego Padgurschi - 9.mai.15/Folhapress

“Existe capital disponível para bons projetos brasileiros, e nós temos muitos problemas estruturais, como baixa bancarização, que podem ser resolvidos com novas tecnologias.”

Destacam-se financiamentos de negócios de transportes de cargas e plataformas de comércio eletrônico no terceiro trimestre, afirma ele.

A queda das taxas de juros e dos rendimentos de título de renda fixa têm somente relação indireta com os números, segundo Vianna.

“O dinheiro dos fundos de ‘venture capital’ é majoritariamente estrangeiro. Entidades brasileiras que atuavam de forma tradicional nesse mercado passaram a financiar menos empresas.”

A maioria dos investidores institucionais são de outros países, mas há aumento de interesse de pessoas físicas e famílias, segundo Humberto Matsuda, do conselho da Abvcap (associação de “private equity” e “venture capital”).

O mercado brasileiro é pequeno em valor absoluto e em proporção do PIB, diz ele.

“Há espaço para crescer: em 2018, tivemos os primeiros aportes em ‘unicórnios’ (empresa de tecnologia que vale mais de US$ 1 bilhão), e outros ocorrerão em 2019.”

 

Na tela e no papel

A Simpress, empresa da HP que gerencia serviços de impressão para outras companhias, planeja investir R$ 100 milhões para aumentar sua área de atuação em 2019.

Além de instalar impressoras, a marca priorizará o fornecimento de computadores e celulares, segundo Vittorio Danesi, presidente da operação brasileira.

“Iniciamos a terceirização de PCs e smartphones no fim do terceiro trimestre, e essas áreas deverão ser a nossa alavanca de crescimento em dois anos”, diz ele.

“Temos oportunidade de expandir nossa oferta para a carteira de 1.100 clientes do serviço de impressão.”

A Simpress também vai inaugurar um escritório no Rio de Janeiro no próximo mês. O estado será uma das prioridades, assim como outros mercados maduros como São Paulo e Rio Grande do Sul.

135 mil
são os equipamentos da Simpress no Brasil

 

Cooperativas do Paraná vão construir fábrica de queijos

A Unium, que reúne as cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal, vai aportar cerca de R$ 70 milhões na construção e na instalação de uma fábrica de queijo em Ponta Grossa (PR).

“A obra começa em fevereiro, e deve terminar só em 2020. O maquinário será adquirido já no próximo ano”, afirma Emerson Moura, superintendente da Frísia, dona da área que receberá a planta.

Essa cooperativa, antiga dona da marca de lácteos Batavo, investirá ainda aproximadamente R$ 50 milhões em 2019.

A maior parte dos recursos é destinada à ampliação da área de sementes.

“Queremos crescer nesse setor, que tem maior margem. Faremos aportes em armazenagem e secagem, além de melhorias na segurança.”

“Instalaremos equipamentos na nossa unidade em Tocantins para receber milho e soja simultaneamente”, diz o presidente da cooperativa, Renato Greidanus.

R$ 2,45 bilhões
foi o faturamento da Frísia em 2017

 

Vagas nos planos

O nível de emprego em empresas ligadas à saúde suplementar cresceu 3,1% no acumulado de 12 meses até outubro, segundo o Iess (instituto de estudos do setor). Foram 106,6 mil novas vagas.

O segmento de prestadores de serviço, que inclui hospitais e clínicas, é o que mais cresce, a uma taxa de 3,3%. É o maior empregador, com 2,5 milhões de postos de trabalho.

A tendência é que os números sigam em alta no ano que vem, segundo Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo da entidade.

“A perspectiva é positiva tanto para operadoras, indústria e prestadores de serviço quanto para o número de beneficiários dos planos, que está ligado ao nível de emprego formal.”

 

Síndico... A administradora de imóveis Lello teve uma queda de 36% na inadimplência do pagamento da taxa de condomínio. O índice de boletos em atraso após 60 dias é de 2,77%, o melhor número em quatro anos.

...blues O Secovi-SP notou que foram protocolados 630 processos de cobrança de condomínio na Justiça em novembro; 46% a menos que no mesmo mês de 2017. Novas regras reforçam o pagamento, dizem agentes do setor.

Finanças A cooperativa de crédito Unicred planeja investir R$ 20 milhões em tecnologia e expansão de sua rede de atendimento em 2019. A entidade tinha, até outubro, R$ 12,2 bilhões em ativos e cerca de 201 mil cooperados.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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