As garrafas tamanho jumbo de Dom Pérignon chegavam com velinhas soltando faíscas ao cercadinho dos VIPs. Garçons de gravata borboleta e garçonetes de vestido transparente faziam uma procissão pirotécnica com cada carregamento de champanhe.
No palco, garotas de lingerie tremelicavam ao som de hits do funk com versos sobre “novinhas salientes”, “novinhas terroristas” e que “se apaixonam se chamar de malandra” —talvez não a melhor playlist para uma Copa do Mundo que já teve uma onda de casos de assédio contra as mulheres.
Brasileiros e amigos russos e árabes festejavam, no melhor estilo rei do camarote, a vitória da seleção brasileira sobre a Sérvia.
O endereço do convescote na capital da Rússia foi uma velha boate às margens do rio Moscou reformada pelo clube Base, reduto de endinheirados de Dubai que fincou um pé por essas bandas durante os meses de circo do futebol.
Madrinha da festa armada pelo Cafe de la Musique, a modelo Alessandra Ambrosio disse achar tudo ali “muito chique, bem russo”, seu vestido dourado refletindo o brilho das taças de champanhe.
Ela, que também disse ter amado o caviar na primeira viagem à Rússia, não sabia da polêmica envolvendo torcedores brasileiros que rodearam uma mulher gritando obscenidades. “O assédio é inaceitável” em qualquer lugar, disse.
Quase subindo no sofá, Daniel Alves, lateral-direito do Paris Saint-Germain, queria dar um beijo na modelo. “Ganhamos!”, ela gritou, enfim, no ouvido do jogador, que está fora da Copa em razão de uma contusão.
O empresário Álvaro Garnero subiu no palco pedindo aplausos para o pai de Neymar, que dançava perto dos DJs.
“Uma salva de palmas para ele que é pai de um menino de ouro”, disse. “Esse pai é puta que pariu, aguenta a bucha.”
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