“Euclides da Cunha é uma grande árvore da cultura, e nós somos as ramificações”, diz Janaína da Cunha, 47, escritora e bisneta do autor. Ela e a prima, Dora da Cunha, 62, com a filha Luciana Lage, 32, trineta de Euclides, estiveram no brinde de boas-vindas da Flip, na quarta-feira (10).
“Se um dia eu produzir na vida 2% do que ele fez, estou feliz”, afirma Luciana, que estuda pedagogia. Ela não tem o sobrenome do escritor por escolha da mãe. “Na escola eu tinha muito orgulho de falar do meu trisavô, mas achavam que estava mentindo”, conta, rindo.
“Costumamos dizer que puxamos o gênio forte do Euclides. Dizem que não temos papas na língua. E a gente fala mesmo. Tá no sangue”, emenda.
A conversa esquenta quando a política vira assunto. “Quase excluí a Janaína do meu Facebook [em 2018]. A minha mãe eu cheguei a bloquear, mas voltei atrás”, conta Luciana, que votou em Fernando Haddad (PT). Para ela, Euclides seria crítico do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e atacaria as medidas do governo.
“Discordo. Se fosse contra, ele não ia atacar. Pensaria no país em primeiro lugar”, avalia Janaína, que apoiou Bolsonaro. “Se a gente boicotar [o atual presidente], acabamos boicotando nós mesmos e o nosso progresso.”
“Temos que fazer o exercício de democracia dentro da família. Eu apoio o Brasil”, completa Janaína. “Se você apoiasse o Brasil, nem teria votado”, ironiza Luciana.
“Na viagem a gente já tava vendo que ia ter briga no quarto”, segue ela, rindo. “É por isso que combinamos de evitar falar sobre política.”
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