Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu Folhajus

Mulher acusa ex-guitarrista do Capital Inicial de agredi-la com socos e chamá-la de vagabunda

Loro Jones chegou a ser detido pela polícia e foi proibido pela Justiça de se aproximar da companheira

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A Justiça do Distrito Federal proibiu o ex-guitarrista do Capital Inicial Loro Jones, 59, de se aproximar da sua companheira Marília Avelino, 51. A decisão consta em medida protetiva emitida após a ex-assessora parlamentar de 51 anos registrar boletim de ocorrência acusando o músico de agredi-la com socos e de xingá-la de "vagabunda", "piranha" e "safada" na madrugada de quinta-feira (27).

À coluna, o músico, cujo nome é Antônio Marcos Lopes de Souza, negou ter feito qualquer agressão à mulher, com quem mantém união estável há 14 anos.

"Ela é maluca, inventa que eu quero matar, que eu bati. Isso é papo furado. Não quero o mal dela, mas não quero pagar mico", afirma Loro. "Acabou que eu fui preso por causa dela", segue ele, que passou horas detido na 12ª DP de Taguatinga, onde o B.O. foi registrado. "Eu não vou bater em mulher", emenda o músico. O casal vive em Vicente Pires, no Distrito Federal.

Marília Dias Avelino e o músico Antonio Marcos Lopes de Souza, o Loro Jones
Marília Dias Avelino e o músico Antonio Marcos Lopes de Souza, o Loro Jones - Acervo pessoal

Marília, porém, diz ter sido agredida outras vezes anteriores —nas quais não prestou queixa. "Temos uma relação abusiva. Ele me agride psicologicamente, moralmente e, por fim, acabou me batendo", conta ela, que estava medicada quando conversou com a reportagem. "Estou nervosa", afirmou. Ela enviou um laudo à reportagem sobre o tratamento psicológico e psiquiátrico que faz para tratar transtorno de personalidade e transtorno afetivo bipolar.

"Ele me deu um tapa na orelha e me xingou de tudo quanto é nome. Ele me obriga a ter relação sexual, e hoje ele deu um murro na minha cabeça. Alega que eu estou com ele por conta de dinheiro, por conta da ação dele com o Capital Inicial [o ex-guitarrista da banda processa a banda por direitos do 'Acústico MTV'] . Mas eu estou com ele há 16 anos. Eu que cuidei ele quando quase morreu de pancreatite. Estive sempre com ele", relata Marília.

Marília é ex-assessora parlamentar aposentada por invalidez. Ela faz tratamento psiquiátrico

"Já aconteceu outras [agressões], mas, assim, ele me agredia e eu agredia ele. Só que ele depende totalmente de mim e me proíbe de ter contato com amigos, com família. Ele acha que eu estou de rede social atrás de namorado, inventa amante pra mim", conta.

No relato que consta no boletim de ocorrência, Marília diz que por volta da 1h30 de quinta (27) ela estava dormindo em casa quando foi surpreendida por Loro, que a acordou e começou a xingá-la "sem qualquer motivação aparente", usando as palavras "sua vagabunda, piranha, safada". Na sequência, relatou ela, o músico passou a agredi-la com socos em sua cabeça, "contudo, tais agressões não lhe geraram lesões aparentes".

"Então a depoente afirmou que chamaria a Policia Militar, oportunidade em que o autor empreendeu fuga do local. Que quando uma equipe da PMDF [Polícia Militar do Distrito Federal] chegou ao local, o autor já havia se evadido", consta no documento. "Que inicialmente, a depoente não quis realizar qualquer registro de ocorrência policial. Ocorre que, por volta das 5h30, o autor retornou à residência, momento em que a depoente ficou bastante temerosa quanto à sua integridade física. Que a depoente, novamente, disse ao autor que acionaria a Polícia Militar, tendo o autor implorado à declarante para que não fizesse isso. Que uma equipe da PMDF esteve no local e encaminhou os envolvidos até esta DP, para as devidas providências", registra o boletim.

Da esq., para a direita; o baixista Flávio Lemos, o baterista Fê Lemos, o guitarrista Loro Jones e o vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial
Da esq., para a direita; o baixista Flávio Lemos, o baterista Fê Lemos, o guitarrista Loro Jones e o vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial - Divulgação

Na decisão que emitiu a medida protetiva, o juiz Otávio Donati Barbosa, do Juizado Especial Criminal e Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras, aponta que "conquanto incipientes, as informações constantes dos autos apontam para desajustes na vida dos envolvidos, sendo certo que a aproximação entre eles não se afigura aconselhável, ao menos por ora".

"Os elementos colhidos sinalizam, mesmo que indiciariamente, neste juízo de apertada cognição sumária, que o requerido representa risco concreto e iminente para integridade física e psíquica da requerente, com o que igualmente comprovado o perigo de demora", segue o texto.

Pela medida protetiva, Loro fica proibido de se aproximar de Avelino por menos de 300 metros de distância. O documento também veta contato entre os dois por qualquer meio de comunicação, incluindo redes sociais. Em caso de descumprimento, ele pode ser preso preventivamente.

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