Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus

Bolsonaro revela desprezo pelo Judiciário ao atacar Barroso, diz grupo de advogados

Prerrogativas afirma que presidente incorreu em crime de responsabilidade ao chamar ministro do STF de "idiota" e "imbecil"

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O grupo Prerrogativas, que inclui juristas, advogados, professores, pareceristas e ex-membros do Ministério Público, afirma que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incorreu em crime de responsabilidade nesta sexta-feira (9) ao chamar de "idiota" e "imbecil" o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso.

Em nota, o grupo sai em defesa do ministro e diz que Bolsonaro atacou sua honra "de modo desatinado e desqualificado".

"Nunca a história brasileira, mesmo em seus dias mais sombrios, viveu algo parecido. Um presidente da República que não respeita as instituições, que rasga diariamente a Constituição que jurou cumprir e ameaça a democracia não pode mais permanecer um dia sequer no exercício do seu mandato", afirma o Prerrogativas.

"Até quando as nossas instituições não reagirão a esse tipo de comportamento insano que expõe a nossa imagem perante o mundo? Até quando haverá complacência com a falta de compostura e de razoabilidade daquele que ocupa a Presidência da República?", seguem os advogados.

Jair Bolsonaro disparou nesta sexta uma nova rodada de ameaças contra o processo democrático brasileiro durante conversa com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

"A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014", declarou o mandatário, repetindo a acusação infundada de que o então candidato Aécio Neves (PSDB) teria vencido o pleito contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A afirmação de Bolsonaro foi contestada pelo próprio Aécio, que disse não acreditar que tenha existido fraude naquela eleição.

O presidente tem feito repetidas ameaças contra as eleições, numa radicalização de discurso que coincide com pesquisas de opinião que apontam o aumento de sua rejeição e o favoritismo de Lula no pleito de 2022.

Leia, abaixo, a íntegra da nota do grupo Prerrogativas:

"Ao injuriar, no dia de hoje, o ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, o presidente da República mostra não só o seu desprezo pelo Poder Judiciário, mas também o seu desequilíbrio e o seu destempero.

Não bastasse ter utilizado ontem palavras de baixo calão para dizer que não apresentaria nenhuma explicação à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre fatos que lhe são diretamente imputados acerca das graves denúncias que assolam o seu governo, agora, de modo desatinado e desqualificado, atinge a honra de um ministro da nossa Suprema Corte.

Novamente incorre em crime de responsabilidade.

É necessário que as nossas instituições e a nossa sociedade reajam a esse tipo de conduta destemperada, demonstrando que ofensas às nossas instituições e aos seus membros são intoleráveis.

Nunca a história brasileira, mesmo em seus dias mais sombrios, viveu algo parecido. Um presidente da República que não respeita as instituições, que rasga diariamente a Constituição que jurou cumprir e ameaça a democracia não pode mais permanecer um dia sequer no exercício do seu mandato.

Até quando as nossas instituições não reagirão a esse tipo de comportamento insano que expõe a nossa imagem perante o mundo? Até quando haverá complacência com a falta de compostura e de razoabilidade daquele que ocupa a Presidência da República? Até quando haverá a conivência com mais de meio milhão de mortes de brasileiros e brasileiras?

Quem não se dá ao respeito não se faz respeitar. É necessário que as instituições democráticas exijam respeito daquele que exerce a Presidência da República. E se ele não consegue se comportar à altura da função para a qual foi eleito ou satisfazer minimamente os compromissos que jurou cumprir perante a nação brasileira, é necessário que seja democraticamente afastado do seu mandato.

Basta! Impeachment já!"

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