Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu Folhajus

Deputado pede que conselho investigue Lava Jato por negociar programa espião Pegasus com empresa israelense

Rui Falcão protocolou nesta terça (27) uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público

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O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) protocolou nesta terça (27) uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) pedindo para que o corregedor-geral apure a conduta de procuradores da República que integraram a força-tarefa da Operação Lava Jato entre 2017 e 2018.

A iniciativa surge após revelação de diálogos entre procuradores que indicam que eles teriam negociado a aquisição de armas de espionagem cibernética, como o software Pegasus, que permite a extração de dados de celulares, espionagem de conversas privad as e até ativação da câmera e do microfone do aparelho sem que o usuário se dê conta.

O programa Pegasus é desenvolvido pela empresa NSO Group, com sede em Israel. A companhia é investigada pelo FBI, a polícia federal americana, pelo menos desde 2017, sob suspeita de roubo de dados.

Rui Falcão, deputado federal por SP e ex-presidente do PT
O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) - Zanone Fraissat-25.nov.2019/Folhapress

Entre os procuradores citados, estão Deltan Dallagnol e Julio Noronha. Os diálogos eram de grupos do Telegram intitulados "Chats Filhos do Januario 2" e "Filhos de Januário". Eles foram tornados públicos na terça (26) e integam parte do material apreendido pela Operação Spoofing.

"Não existe qualquer fundamento jurídico para que Procuradores da República pretendam coletar ou acessar informações privadas, à margem dos controles legais e dos deveres de accountability inerentes aos procedimentos formalmente estabelecidos para atuação do sistema de justiça nas investigações criminais e processos penais", diz o documento. Ele foi elaborado pelos advogados Marco Aurélio de Carvalho e Fernado Hideo Lacerda, do grupo Prerrogativas.

"No modelo lavajatista do processo penal de exceção, ao invés de um processo segundo o qual as pessoas são responsabilizadas por aquilo que fazem, deflagra-se uma perseguição tirânica na qual pessoas são eliminadas —física ou simbolicamente— por serem quem são, manipulando-se os mecanismos de intervenção penal como tática de extermínio dos inimigos", segue o texto.

O parlamentar pede que seja realizada apuração de falta disciplinar imputada aos membros do Ministério Público, que o Supremo Tribunal Federal (STF) compartilhe com o CNMP a íntegra do material apreendido na Operação Spoofing e que seja instaurado processso administrativo discplinar.

Entre as sanções disciplinares possíveis, está a pena de demissão dos procuradores, caso seja confirmada a lesão aos cofres públicos ou a prática de improbidade administativa.

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