Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Folhajus

Justiça determina que Paulo Galo seja solto

Entregador foi apontado como suspeito de participação no incêndio à estátua de Borba Gato, na zona sul de São Paulo, no mês passado

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O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta terça (10) a soltura do entregador e integrante do movimento Revolução Periférica Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, após 14 dias de prisão.

Ele é apontado como suspeito de ter participado do incêndio à estátua de Borba Gato, na zona sul de São Paulo, em julho.

Além de Galo, também tiveram a prisão revogada o motorista Thiago Vieira Zem, dono do veículo em que os pneus usados no incêndio foram transportados, e o motorista Danilo Silva de Oliveira, conhecido como Biu, que admitiu ter participado dos incêndios, mas nega ter ateado fogo nos pneus. Os três agora são considerados réus.

O motoboy e ativista Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, apresenta-se na delegacia para prestar esclarecimento - Bruno Santos/Folhapress

"Os acusados residem na comarca, constituíram defesa e colaboraram com a investigação. Eventual móvel político não interessa neste momento à Justiça Criminal", afirma o juiz Eduardo Pereira Santos Júnior em sua decisão, que declarou não haver elementos para a prisão preventiva.

"Não há como se presumir que a soltura dos réus traga danos à ordem pública, prejudique a instrução criminal ou frustre a aplicação da lei penal", diz o magistrado, que destaca que os réus são todos primários e desprovidos de antecedentes criminais.

A decisão foi comemorada pela defesa de Galo. "É o que se espera de um juiz de verdade. Aquele que restabelece um Estado democrático de Direito, que não admite ilegalidades, que não admite arbitrariedades", afirma o advogado Jacob Filho.

O advogado André Lozano Andrade diz que a determinação desfaz a "injustiça e arbitrariedade anterior". "Essa decisão restabelece a legalidade e o respeito ao devido processo legal", afirma Andrade.

Na última quinta (5), a Justiça paulista decretou a prisão preventiva (sem prazo definido para terminar) dos três, que cumpriam prisão temporária, horas depois de a defesa de Galo conseguir um habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O ministro da corte Ribeiro Dantas considerou ilegal a prisão temporária do entregador porque ele havia se apresentado espontaneamente à polícia.

Ao decretar a prisão preventiva, a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli afirmou não afrontar o que foi decidido pelo STJ, uma vez que o habeas corpus se referia “unicamente à medida cautelar de prisão temporária”, enquanto a nova prisãoadmitia outras circunstâncias.

A magistrada ainda apontou o fato de haver risco de novos ataques. “Nesse contexto, a custódia dos representados se mostra imprescindível para a manutenção da ordem pública, e, consequentemente, a salvaguarda dos relevantes bens jurídicos citados”, afirmou. A prisão preventiva atendeu pedido feito pela Polícia Civil. O Ministério Público também se manifestou a favor.

No dia 24 de julho, um grupo desembarcou de um caminhão e espalhou pneus na avenida Santo Amaro e em torno da estátua do bandeirante Borba Gato, ateando fogo logo depois. O movimento Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio. ​

Policiais militares e bombeiros chegaram na sequência, controlaram as chamas e liberaram o tráfego. O ato terminou sem feridos nem detidos.

Em um vídeo postado nas rede sociais no dia 14 de julho, um dos integrantes do grupo afirmava que Borba Gato contribuiu ativamente para o genocídio da população indígena.

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