Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo

Lira está boicotando exibição de 'Marighella' na Câmara, diz deputado

Espaço solicitado foi cedido para realização de culto evangélico, mas não para sessão do longa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de boicotar a exibição do filme "Marighella" na Casa.

Cena do filme 'Marighella, de Wagner Moura, na programação do Festival de Berlim 2019
Cena do filme "Marighella", de Wagner Moura - Divulgação

Um requerimento do parlamentar foi aprovado pela Comissão de Legislação Participativa há cerca de dez dias —mas, desde então, está parado aguardando que a Mesa Diretora da Câmara autorize o uso do auditório Nereu Ramos.

Nesse meio tempo, o espaço já foi cedido para a realização de um culto evangélico de encerramento das atividades da Frente Parlamentar Evangélica, a pedido do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), e para um encontro com representantes da Confederação Nacional de Municípios, agendado para o dia 15 deste mês após solicitação do deputado Benes Leocádio (Republicanos-RN).

Embora a cessão do auditório Nereu Ramos possa ser manejada por servidores da Câmara, os pedidos passam pela mesa de Lira e levam sua assinatura no documento de aprovação.

O deputado do PSOL pretendia usar o auditório para a exibição de "Marighella" na próxima quarta-feira (8), data em que foi marcado o culto religioso.

"Se ele não tiver recuado, vou estudar junto à Comissão [de Legislação Participativa] as medidas que podem ser adotadas. Ele [Lira] está impedindo o exercício da atividade parlamentar", afirma Glauber Braga.

A ideia é que a sessão do filme dirigido por Wagner Moura seja aberta a congressistas, representantes de movimentos sociais e a pessoas que participaram da produção do longa.

Com direção de Moura e filmada em 2017, a obra é inspirada na biografia "Marighella — O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo", do jornalista Mário Magalhães, e conta a história do guerrilheiro comunista Carlos Marighella, morto pela ditadura militar.

O filme estreou no Festival de Berlim em fevereiro de 2019. No mesmo ano, ao menos dois pedidos de recurso para a comercialização do filme foram negados pela Ancine.

Após uma série de adiamentos por causa de tecnicalidades envolvendo a Ancine (Agência Nacional do Cinema) nos últimos meses, supostamente por causa do forte teor político da trama, e também pela pandemia da Covid-19, o filme chegou neste mês aos cinemas brasileiros.

No mês passado, a Câmara aprovou uma moção de aplausos a Wagner Moura. A honraria, proposta pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), reconheceu sua defesa da cultura e contribuição para o setor.

"É fundamental que a nossa comissão se posicione reverenciando não só o diretor, [mas] os demais atores do filme pelo excelente papel que desenvolvem e pelo direito do povo brasileiro de conhecer a sua própria história de luta", disse Bomfim na ocasião.

com LÍGIA MESQUITA, VICTORIA AZEVEDO, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.