O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, saiu em defesa do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) depois da operação policial que ele sofreu nesta quarta-feira (5).
"Não há contemporaneidade que justifique as medidas midiáticas de busca e apreensão. Ao que parece, os objetivos políticos e eleitorais continuam guiando a atuação de alguns agentes de estado. O que é grave e precisa ser denunciado", afirmou o advogado.
Ele disse ainda a operação possui "excessos evidentes". E que "todas as investigações são bem-vindas, mas desde que submetidas aos comandos da lei".
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu na manhã desta quarta uma série de mandados judiciais de busca e apreensão em endereços ligados a França em uma investigação que apura um suposto esquema criminoso de desvio de recursos da área da saúde .
O irmão do ex-governador, o médico Cláudio França, é outro alvo da operação, que está sendo desencadeada em ao menos 30 locais da capital, litoral e interior em endereços da família e, também, de ex-funcionários de organizações sociais, empresários e médicos.
A investigação apura peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
As investigações que colocam o ex-governador sob suspeita de participação em uma organização criminosa são um desdobramento da operação Raio-X, desencadeada em setembro de 2020.
OUTRO LADO
O ex-governador Márcio França (PSB) classificou como política a operação policial em endereços ligados a ele nesta quarta-feira (5) e insinuou que é uma tentativa de prejudicá-lo na eleição para governador.
"É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de São Paulo com estas cenas de abuso de poder político", afirmou. "Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de São Paulo. Se depender de mim, não vão conseguir."
Ele disse que não tem relação com a área médica nem com as pessoas alvo da investigação.
"Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser.Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado."
A Folha tenta contato com a defesa do irmão de França.
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