Um dos próximos passos estudados no TCU (Tribunal de Contas da União) no processo que mira os ganhos do ex-juiz Sergio Moro no setor privado é determinar que empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato informem seus gastos com consultorias desde 2013.
TABELA
A medida, avaliada pelo Ministério Público de Contas junto ao TCU, permitiria saber quanto a Alvarez & Marsal —para a qual o ex-magistrado e presidenciável do Podemos trabalhou— recebeu de empresas como Odebrecht, Galvão Engenharia e OAS. O desgaste para Moro se ampliou com a possibilidade de uma CPI na Câmara dos Deputados sobre a questão.
TABELA 2
A A&M já enviou à corte, no processo que tem o ministro Bruno Dantas como relator, documentos mostrando que 75% dos honorários que recebe no Brasil são provenientes de empresas investigadas pela Lava Jato, mas os valores são referentes às taxas dos processos de recuperação judicial. O montante nos últimos anos é de quase R$ 42,5 milhões.
PAREDE
Moro e a A&M têm dito que o contrato do ex-juiz previa atuação como consultor e impedia a participação dele em casos ligados à Lava Jato. A suspeita, rebatida por ele, é a de que foi beneficiado indiretamente por recursos de empresas que teria ajudado a fragilizar com as apurações da força-tarefa.
PAPO RETO
Para a área técnica do tribunal, companhias que fecharam acordo de leniência têm a obrigação de acatar uma ordem para informarem os números porque se comprometeram a colaborar nas investigações. O TCU já tem precedentes de pessoas jurídicas que tiveram que revelar contas.
PRATOS LIMPOS
Tanto Moro quanto a empresa negam conflito de interesses na passagem dele pela consultoria. A A&M divulgou nota afirmando que tem contribuído com o TCU e repassado todos os esclarecimentos solicitados.
O ex-juiz afirma que prestará contas de sua remuneração na declaração de renda à Receita Federal e no registro da candidatura na Justiça Eleitoral. Diz ainda não ter nada a esconder.
Em entrevista ao Flow Podcast, na segunda-feira (24), o pré-candidato à Presidência afirmou que a tentativa de investigar sua atuação no setor privado é uma maluquice e se disse vítima de perseguição.
MAIS UM
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) entrou nesta terça-feira (25) com uma representação no Ministério Público Federal para que o ex-juiz seja investigado por seu trabalho na firma.
A entidade requer a "averiguação da natureza do trabalho desenvolvido por Sergio Moro na contratação, e a relação dele com as empresas assessoradas na consultoria, a fim de verificar possível cometimento de ilícitos de caráter penal e uso da operação Lava Jato, que conduziu como juiz, para se favorecer"
NO OUVIDO
A cantora Agnes Nunes lança na sexta (28) seu primeiro álbum de estúdio, "Menina Mulher", com dez faixas. "Tenho 19 anos e tenho vivenciado muitas coisas que me fizeram e estão me fazendo amadurecer muito. Fiz esse álbum baseado nessa evolução, nesse amadure-cimento na forma de olhar o mundo", diz Agnes, que já se apresentou com Elza Soares. O disco sai pelo selo Bagua Records e tem produção musical de Neobeats e Alexandre Kassin.
JOELMIR TAVARES (interino), com LÍGIA MESQUITA, BIANKA VIEIRA e MANOELLA SMITH
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