Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Eleições 2022

Rodrigo Garcia vê indefinição do PSDB como 'firula' e foca na própria campanha

Segundo interlocutor, governador acompanha disputa partidária de 'binóculo', ou seja, mantendo distância

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A escolha do PSDB pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) ou por qualquer outro nome para concorrer à Presidência da República pouco preocupa o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Ao menos é o que ele tem expressado a interlocutores desde a véspera da desistência de João Doria (PSDB).

Embora não tenha deixado de demonstrar seu apoio a Doria, na avaliação do chefe do Executivo paulista pouco importa quem vai estampar seus santinhos e adesivos de campanha. Seu interesse maior reside em se manter na disputa e em convencer o eleitorado de que é dono de sua própria história e trajetória.

O governador Rodrigo Garcia
O governador Rodrigo Garcia - Bruno Santos/Folhapress

Mesmo a pesquisa contratada para avaliar o potencial de Doria e Tebet nas eleições, e que apontou um índice menor de rejeição da senadora, foi recebida com serenidade pelo governador.

Nas palavras de uma pessoa próxima, Garcia assistiu à "firula" partidária de "binóculo", ou seja, mantendo distância.

Na quinta-feira (19), em discurso a advogados, defensores e juristas durante um jantar, Rodrigo Garcia se apresentou como "um conciliador por natureza" e deu destaque a seu currículo na política institucional.

"Tivemos grandes governadores no estado, que ajudaram a gente a construir isso que nós temos. O João Doria, o Geraldo Alckmin, o [José] Serra, o Mario Covas... E eu venho aqui, um pouco mais jovem do que eles, com essa tarefa não de representar esse passado, mas talvez de fazer essa transição para o futuro", afirmou no evento, sediado na casa do secretário da Justiça de São Paulo, Fernando José da Costa.

"Eu me sinto um antigo servidor público de São Paulo, com 28 anos dedicados a São Paulo. Tive a oportunidade de passar por várias áreas que me deram uma visão muito clara não só da máquina pública, não só dos problemas de São Paulo, mas principalmente o esforço que cada um, e que eu, pessoalmente, tenho que fazer para resolver", continuou.

"Não adianta o político ser forjado apenas no Executivo, ele tem que ter passado também pelo Legislativo, que é onde você tem a melhor formação do homem público", disse ainda.

João Doria, seu antecessor, ocupou apenas cargos no Executivo: a Prefeitura de São Paulo e o Governo de São Paulo.

Como mostrou a coluna nesta terça-feira (24), a decisão de Doria de recuar da candidatura a presidente da República foi consolidada depois de uma entrevista em que Garcia afirmou que a senadora Simone Tebet é "uma grande mulher" que poderia "representar" a terceira via como candidata de consenso.

A fala de Garcia fez Doria ter clareza do que outras lideranças já vinham dizendo: o governador de São Paulo não estava empenhado na manutenção de sua candidatura presidencial. E, sem o apoio sólido de São Paulo, a chance de ele vencer uma disputa interna no PSDB era nula.

De acordo com um interlocutor de Doria, a "ficha" dele já vinha "caindo". A entrevista de Garcia, concedida ao jornalista Pedro Venceslau, do jornal O Estado de S. Paulo, foi a pá de cal em qualquer esperança que o ex-governador ainda alimentava em relação ao apoio paulista.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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