Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo

Fábio Faria diz que tentou conciliação com TSE e se 'arrepende profundamente' de entrevista das rádios

Ele afirma que protestou imediatamente quando bolsonaristas passaram a defender o adiamento das eleições

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirma que sua intenção ao convocar uma entrevista coletiva para denunciar que rádios estavam supostamente prejudicando Jair Bolsonaro ao não veicular a propaganda eleitoral do PL era fazer um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o problema fosse sanado.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirma que rádios do Nordeste veicularam mais inserções da campanha de Lula
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirma que rádios do Nordeste veicularam mais inserções da campanha de Lula - Gabriela Biló /Folhapress

Na segunda (24), ele e Fabio Wajngarten, que integra a campanha de Bolsonaro, reuniram jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, para falar que auditorias tinham constatado o problema.

A ideia, segundo ele, era que o TSE concedesse à campanha de Bolsonaro o mesmo número de inserções, na reta final das eleições, que supostamente não haviam sido divulgadas nas rádios.

"A falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto", diz ele.

A iniciativa desandou, diz ele, quando bolsonaristas passaram a usar o fato para pedir o adiamento das eleições, que acusavam de "fraude".

"Eu fiquei imediatamente contra tudo isso. Fui o primeiro a repudiar", diz. "Isso prejudicaria o presidente Bolsonaro, que nunca defendeu o adiamento das eleições. Ele nunca quis isso", segue. "Acreditamos que ele vai ganhar a eleição e isso nunca foi um tema da campanha", afirma ainda.

Faria afirma ainda que, quando a situação "escalou", protestou internamente e decidiu "sair de cena".

E mais que isso: "Me arrependi profundamente de ter participado daquela entrevista coletiva. Se eu soubesse que [a crise] iria escalar, eu não teria entrado no assunto".

O ministro afirma que, por manter um bom diálogo com magistrados de tribunais superiores, sempre fez a mediação entre a campanha de Bolsonaro e o TSE, "desde o primeiro turno".

Quando surgiu o problema das rádios, a partir de um dossiê montado pelo PL, ele também foi chamado para tentar um acordo com a Corte.

Ministros do TSE ficaram contrariados com a atitude de Faria, mas ele afirma que já conversou com todos e que o episódio foi esclarecido.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou a ação apresentada pela campanha de Bolsonaro sobre suposto boicote de rádios por falta de provas.

Ele determinou investigação sobre possível "cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana", mas não incluiu Fábio Faria na ação.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.