Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Eleições 2022

Foto de Ana Paula Valadão com Dilma alimenta guerra religiosa após Bolsonaro na maçonaria

Hoje apoiadora de Jair Bolsonaro, a cantora gospel já chamou a petista de 'ministra do louvor'

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Em meio à guerra religiosa entre as campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT), internautas resgataram uma declaração da pastora e cantora gospel Ana Paula Valadão a favor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Ela, que já afirmou que o PT foi o "maior desastre do país" e declarou apoio direto a Jair Bolsonaro (PL), orou com Dilma no passado e chegou a chamá-la de "ministra do louvor".

A cantora Ana Paula Valadão e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - Reprodução/Facebook

Uma foto de 2013 da pastora abraçando a petista circula nas redes sociais no mesmo dia em que um vídeo de Bolsonaro discursando a maçons voltou a rodar na internet —os termos "maçonaria", "decepção" e "Bolsonaro satanista" estão na lista dos assuntos mais comentados do Twitter.

Apoiadores do petista usam as imagens da cantora gospel para desmentir rumores de que Lula fechará igrejas evangélicas no país. Ao mesmo tempo, bolsonaristas tentam conter o dano ao explicar o vídeo do presidente.

Filha do pastor Márcio Valadão, Ana Paula faz parte de um clã tradicional da igreja evangélica. Seu pai está à frente da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, e abençoou o presidente e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em agosto deste ano. A cantora também esteve presente na cerimônia religiosa.

Há nove anos, Ana Paula não poupou elogios a Dilma Rousseff. Em uma publicação nas redes sociais, a líder evangélica contou que teve um encontro com a então mandatária no Palácio do Planalto, em julho de 2013, em Brasília.

"Orando hoje com a presidenta Dilma. Nosso papel como Igreja é sustentar nossos governantes em oração", afirmou. A cantora gospel compartilhou uma imagem em que aparece abraçada com a petista.

E ainda disse: "Podemos dizer que a reunião foi um culto em que cada uma de nós, ministras de louvor, pudemos cantar, orar e proclamar a Palavra de Deus!".

Neste domingo (2) de primeiro turno das eleições, Ana Paula Valadão publicou um vídeo em que pedia para que seus seguidores intensificassem suas "orações pelo Brasil" --ela tem mais de 3 milhões deles apenas no Instagram.

Não houve menção direta a Bolsonaro. Em 2018, seu apoio foi mais explícito e ela afirmou que era o momento do Brasil se unir para lutar pelo fim da corrupção. "Nas mãos do PT, o nosso país enfrentou o seu pior desastre. […] Bolsonaro é o único candidato que se nos unirmos de vez, a gente tira o PT", disse naquela época.

Em um culto realizado após o primeiro turno do pleito deste ano, Ana Paula vestiu uma saia e camisa verdes. Como mostrou a Folha, uma onda verde-amarela que coloriu cultos no fim de semana foi um termômetro para a força do presidente nas igrejas.

"Que esse seja um novo tempo de arrependimento de pecados, de entendimento de onde está a raiz desse problema e que o Senhor nos dê vitória", pregou a pastora. Ela também recebeu seu filho no palco, que usava a camisa da seleção brasileira.

O pastor André Valadão, irmão de Ana Paula, é uma voz ativa contra o ex-presidente Lula e a favor de Bolsonaro.

Ele foi mais direto em seu apoio ao presidente no último fim de semana: "Agora é a guerra que queremos, o louco pinguço bandido diante do presidente que tem trazido a melhor relação internacional do Brasil", escreveu.

Em 2020, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça saiu em defesa de Ana Paula afirmando que ela sofria perseguição.

A cantora gospel foi critiada por dizer, num culto, que ser homossexual "não é normal". Mendonça é pastor evangélico e foi indicado por Jair Bolsonaro ao tribunal.

TRAJE A RIGOR

O cantor Wilson Simoninha se apresentou no jantar de gala do Hospital do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente a à Criança com Câncer), realizado na Sala São Paulo, na capital paulista, na segunda-feira (3). A noite teve como anfitrião o ex-ministro Maílson da Nóbrega, que comandou a Fazenda de 1987 a 1990. O jornalista Carlos Tramontina esteve lá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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