A campanha de Lula (PT) preparou um vídeo para a propaganda de TV exibida nesta quinta (20) que mostra o presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiando o ex-ditador do Paraguai Alfredo Stroessner.
O paraguaio foi o mais longevo dos ditadores militares da América do Sul, comandando seu país entre 1954 e 1989. Entre as acusações que sofreu estão crimes de pedofilia.
Na propaganda, o PT afirma que Stroessner foi um "ditador sanguinário" e um "pedófilo que mantinha meninas como escravas", que abusou de crianças e que "matava e enterrava" as ossadas de suas vítimas "em casa".
Mostra ainda Bolsonaro afirmando que rendia "homenagem" ao general.
Em 2019, o presidente foi a Itaipu para nomear dirigentes da usina. E afirmou, em um discurso, que o ditador era "estadista" e "homem de visão".
A campanha de Lula decidiu intensificar os ataques a Bolsonaro para tentar impedir que a rejeição do eleitorado a ele caia, aumentando as chances de o atual presidente empatar nas pesquisas ou até mesmo ultrapassar o petista.
Depois que foi deposto, o regime de Stroessner foi investigado pelo Departamento de Memória Histórica e Reparação do Ministério da Justiça.
Entre os casos investigados estão acusações de violações dos direitos humanos, pedofilia em série e atuação próxima ao narcotráfico.
Stroessner e seus ministros se dedicariam, no tempo livre, a protagonizar estupros e a violar meninas virgens.
O ditador exigiria inclusive que seus assessores levassem a ele meninas entre 10 e 15 anos de idade para serem violadas. Segundo informações publicadas na época das investigações, ele estuprava em média quatro meninas novas por mês.
Nas contas das autoridades que investigaram o regime, ele teria violado mais de 1.600 crianças.
Há acusações também de corrupção e de envolvimento com o narcotráfico.
O vídeo do PT tenta se contrapor às acusações de Bolsonaro de que Lula apoia ditaduras como as de Daniel Ortega na Nicarágua e de Nicolás Maduro na Venezuela.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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