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Ricupero pede desculpas a embaixador por 'tratamento inqualificável' dispensado a Portugal por Bolsonaro

Ex-ministro participou de evento do Cebri

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O diplomata Rubens Ricupero, ex-ministro do Meio Ambiente e da Fazenda no governo Itamar Franco, pediu desculpas ao embaixador português no Brasil, Luís Faro Ramos, pelo "tratamento inqualificável" que Portugal recebeu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Rubens Ricupero
O diplomata e ex-ministro Rubens Ricupero - Divulgação

Os dois participaram nesta terça-feira (8) de um debate sobre as relações entre países, promovido pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). Além do discurso contra o atual chefe do Executivo do Brasil, o evento foi marcado por falas sobre a reaproximação entre ambas nações.

Sem citar Bolsonaro diretamente, o embaixador iniciou sua fala com um pedido formal de reparações.

"Nós temos o dever de pedir desculpas ao presidente de Portugal e ao povo português pelo tratamento inqualificável de que foi alvo o chefe de Estado da República portuguesa de parte de um brasileiro que desonra a cada dia o alto cargo de presidente do Brasil que imerecidamente ocupa", afirmou.

Em julho deste ano, Bolsonaro desmarcou uma reunião que teria com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita ao Brasil. O líder português tinha uma agenda com o agora presidente eleito Lula (PT), o que causou irritação a Bolsonaro.

Ricupero também disse que o petista, ao tomar posse, "deveria cumprir este dever de reparação em nome do povo brasileiro". E seguiu: "De minha parte, cumpro com meu papel como cidadão indignado com este comportamento indigno".

O embaixador Luís Faro Ramos não fez menções diretas, mas sinalizou que as relações devem melhorar. "Com o resultado nas eleições no Brasil, temos um novo tempo que torna o Brasil mais vivo e presente e há oportunidade para a aproximação dos países e retomada das relações bilaterais", afirmou.

Ainda durante o debate, Ricupero criticou as comemorações do Bicentenário da Independência no Brasil. As festividades incluíram a vinda do coração de dom Pedro 1º, criticada por intelectuais de ambos os países.

Bolsonaro também transformou as comemorações do feriado em comícios de campanha, repetindo ameaças golpistas diante de milhares de apoiadores, mas em tom mais ameno do que o do ano anterior.

O presidente de Portugal participou do desfile de 7 de Setembro em Brasília. Ele esteve no palanque das autoridades e ficou posicionado entre Bolsonaro e o empresário bolsonarista Luciano Hang.

"[O Bicentenário] Teria sido uma oportunidade para um balanço e para traçarmos um programa de ação. Por desgraça, não houve condições para tanto. A começar pelo mau exemplo vindo de cima, que confirma a verdade fixada por Camões: ‘O fraco rei faz fraca a forte gente’", completou o ex-ministro brasileiro.

Também participaram do evento o diplomata Marcos Azambuja, o ex-embaixador de Portugal no Brasil Francisco Seixas da Costa e a curadora de arte Evangelina Seiler.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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