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Lula indica Alexandre Padilha para as Relações Institucionais, que deve recriar o Conselhão

Petista já ocupou a pasta no segundo governo do presidente eleito e tem amplo trânsito no parlamento e na sociedade civil

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O presidente eleito Lula (PT) escolheu o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) para assumir o comando da Secretaria das Relações Institucionais. O anúncio oficial deve ser feito na quinta-feira (22). Reeleito em outubro, Padilha tem perfil conciliador e amplo trânsito tanto no universo político como na sociedade civil.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) reeleito para o cargo nesta eleição - Rubens Cavallari -7.out.2022/Folhapress

De volta à pasta após 14 anos, Padilha deve recriar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. Lançado no primeiro governo Lula, o grupo reunia diferentes setores, como empresários e sindicalistas, para discutir e sugerir medidas para o desenvolvimento do país.

Neste período de transição, Padilha atuou na aprovação do texto-base da chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança na Câmara e também está acompanhando a definição das demais indicações para os ministérios que serão comandados por aliados do governo.

Segundo pessoas próximas ao governo, Lula já vê clima para novos anúncios do seu governo com a PEC aprovada. O presidente eleito também enxerga a necessidade de anunciar Padilha para organizar a articulação politica, sobretudo na relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Ele ficou encarregado de azeitar a relação com Lira e de amenizar os ruídos criados com o fim das emendas de relator, determinado por decisão do Supremo Tribunal Federal.

A aprovação da PEC deve destravar ainda as indicações de aliados para o governo eleito. Segundo parlamentares que estiveram com Padilha nos últimos dias, ele já atua ativamente para fechar os nomes apresentados por outros partidos para compor os ministérios.

Durante a campanha eleitoral, Padilha acompanhou Lula em diversos encontros com empresários, e chegou a ser cotado para o comando do Ministério da Fazenda após a vitória do petista.

Ajudou ainda a organizar atos da Frente Ampla que se formou em torno de Lula, com figuras como Henrique Meirelles e Simone Tebet (MDB).

Sua maior missão será azeitar a relação do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, em um quadro em que a base de deputados eleitos considerados fiéis a Lula varia de 130 a 215, de um total de 513, de acordo com diversos analistas políticos. E em que o governo enfrentará uma oposição radical liderada por Jair Bolsonaro (PL).

Médico infectologista formado pela Unicamp, Padilha foi ministro em outras duas oportunidades.

No segundo governo de Lula, ele assumiu a mesma pasta da Secretaria de Relações Institucionais entre 2009 e 2010. Em 2011, na gestão de Dilma Rousseff (PT), comandou o Ministério da Saúde, sendo o responsável pela implantação do programa Mais Médicos.

Quando cuidou da articulação política no governo de Lula, Padilha coordenou a aprovação de diversos projetos de iniciativa do Executivo, como o marco regulatório do Pré-Sal, a lei de regulamentação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei de Consórcios Públicos, a Lei das PPPs, a Lei Nacional de Saneamento e o Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social.

Coordenou também a implantação de programas como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com governos estaduais e municipais. Os programas viraram as principais marcas do governo Lula.

Na época, ele coordenou ainda o diálogo com empresários e trabalhadores que integravam o Conselhão –o que fez com que acompanhasse Lula em encontros com diversos deles na campanha eleitoral.

Na primeira passagem pela Secretaria das Relações Institucionais, Padilha também ajudou a formar o arco de alianças para a campanha presidencial de Dilma.

No governo da petista, deixou uma marca importante ao criar o Mais Médicos, que chegou a ter 18 mil profissionais da saúde em atuação, atendendo a cerca de 60 milhões de brasileiros por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

Em 2014, foi candidato ao Governo de São Paulo pelo PT, mas foi derrotado pelo então tucano Geraldo Alckmin, hoje no PSB –e vice-presidente eleito na chapa de Lula.


VI E VIVI

A jornalista e apresentadora Sandra Annenberg durante as gravações da Retrospectiva 2022, da TV Globo, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro - Leonardo Rosário/Globo/Divulgação

A guerra na Ucrânia, a morte da rainha Elizabeth 2ª, as eleições brasileiras e a chegada aos 80 anos de ídolos como Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Caetano Veloso serão alguns dos acontecimentos deste ano relembrados pela Retrospectiva 2022, da TV Globo.

A tradicional atração vai ao ar no próximo dia 30, com apresentação de Sandra Annenberg. O programa foi rodado nas dependências do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, que vem sendo reconstruído desde o incêndio ocorrido em 2018.

"Gravar a apresentação da Retrospectiva 2022 lá teve um simbolismo muito grande porque estamos num momento de reconstrução do país, tanto quanto o Museu Nacional", diz Annenberg.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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