O presidente eleito Lula (PT) se solidarizou com à vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que foi condenada por corrupção.
"Minha solidariedade à vice-presidente da Argentina, @CFKArgentina. Vi sua manifestação de que é vítima de 'lawfare' [quando juízes perseguem investigados por razões políticas] e sabemos bem aqui no Brasil o quanto essa prática pode causar danos à democracia. Torço por uma justiça imparcial e independente para todos e pelo povo da Argentina", escreveu ele no Twitter.
Tribunal argentino considerou Cristina Kirchner culpada em esquema de desvio de verbas. A pena foi fixada em 6 anos de prisão, com inabilitação perpétua para exercer cargos públicos. Ela foi inocentada do delito de associação criminosa. Ainda cabe recurso à decisão.
O PT também divulgou nota em que manifesta seu "apoio incondicional" à vice-presidente da Argentina. "O processo contra Cristina tem um caráter claro de perseguição política contra uma importante líder popular argentina na atualidade, mais um caso típico de 'lawfare' em nosso continente", diz o texto.
"A acusação não se sustenta, foi inclusive julgada improcedente por um juiz anterior, mas o caso foi reaberto e julgado por uma nova corte, com os grandes meios de comunicação alimentando a opinião pública em favor da condenação", prossegue o PT em nota.
No documento, o Partido dos Trabalhadores compara o que aconteceu com Cristina Kirchner à atuação da Operação Lava Jato no Brasil, "um processo que tinha como único objetivo perseguir nosso presidente recém-eleito, a maior figura popular do país, e tentar eliminá-lo política e socialmente".
"Fracassaram, assim como irão fracassar os mesmos que estão em conluio perseguindo Cristina, que conta com o apoio da maioria da população contra este caso ofensivo aos direitos de uma cidadã capaz de lutar e trabalhar exemplarmente pelo povo argentino", afirma a nota. O documento é assinado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo secretário de Relações Internacionais da legenda, Romenio Pereira.
Em entrevista à coluna na véspera da sua condenação, Cristina disse que é vítima de um "pelotão de fuzilamento" e que as acusações são uma "falsidade absoluta". Ela também afirmou que, assim como Lula, é vítima de "lawfare".
Na conversa, a vice-presidente disse ainda que o "Partido Judicial", espalhado por países da região, cumpre hoje a função que antes era exercida pelos militares, de controlar a "vontade popular" e obstruir governantes que promovem a inclusão social e a defesa do patrimônio nacional.
ASSISTA À ENTREVISTA COMPLETA:
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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