A assessoria da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, diz que ela visitou uma loja de alto luxo em Lisboa nesta sexta-feira (21) para comprar uma gravata ao presidente Lula (PT) após um imprevisto.
Um vídeo da primeira-dama em uma loja da grife masculina Zegna na avenida da Liberdade, uma das principais vias da cidade, circula nas redes sociais. Ela estava cercada por seguranças e saiu com uma pequena sacola.
Procurada, a assessoria da primeira-dama afirma que "houve um imprevisto e Janja saiu para comprar uma gravata para o presidente". E que a loja "era a mais próxima [do hotel onde Lula e Janja estão hospedados] e de fácil acesso".
A equipe dela não informou qual teria sido o imprevisto.
No site da Zegna, as gravatas não saem por menos de 160 euros (cerca de R$ 886) e podem custar até 244 euros (R$ 1.300).
Janja acompanha o marido em sua primeira viagem oficial à Europa no terceiro mandato. A agenda oficial do petista começa no sábado (22) e vai até a terça-feira (25).
A visita à loja de luxo ocorre poucos dias após o Ministério da Fazenda recuar e decidir que não vai mais acabar com a isenção do imposto de importação para encomendas de até US$ 50 (R$ 247) remetidas por pessoas físicas e destinadas também a pessoas físicas.
O anúncio do fim da isenção gerou repercussão negativa nas redes sociais diante da possibilidade de aumento nos preços finais para os consumidores.
A decisão do presidente Lula de retomar a isenção das remessas internacionais de até US$ 50 teve como pano de fundo a recusa do mandatário de penalizar a camada mais pobre, além de uma dose de pressão de Janja.
A primeira-dama chegou, inclusive, a se posicionar sobre o tema nas redes sociais. "A taxação é para as empresas e não para o consumidor", escreveu a mulher de Lula em resposta a uma postagem do perfil Choquei.
Como mostrou a coluna, Janja fez governo apanhar mais ao defender a medida, segundo pesquisas e monitoramentos das redes sociais. A afirmação da primeira-dama complicou o governo também por ter usado a palavra "taxação" justamente quando o Ministério da Fazenda se esforçava para convencer as pessoas de que não criará novos impostos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na quinta-feira (20) um termo de compromisso firmado com a Shein para a nacionalização dos produtos ofertados pelo gigante asiático em até quatro anos. A empresa disse também que irá abrir uma fábrica no país, oferecendo cerca de cem mil empregos para brasileiros, segundo o ministro.
De acordo com Haddad, a Shein também se comprometeu a aderir ao plano de conformidade da Receita Federal. Em contrapartida, disse, a varejista exigiu que a regra valha para todos.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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