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Cremesp cobrará providências da Unisa sobre alunos de medicina que ficaram nus em jogo de vôlei feminino

Conselho afirma 'repudiar veementemente' conduta dos estudantes

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O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) vai oficiar a Unisa (Universidade Santo Amaro) para que "providências cabíveis sejam tomadas com a severidade necessária" em relação aos estudantes de medicina da instituição que aparecem correndo nus e com a mão no pênis em um vídeo que viralizou no fim de semana nas redes sociais.

O episódio teria acontecido em abril deste ano, em São Carlos (a 216 km da capital paulista). Os alunos estariam assistindo ao jogo da seleção feminina da universidade contra o Centro Universitário São Camilo e como forma da celebração tiraram a roupa.

Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), em São Paulo, causaram revolta nas redes sociais neste domingo após terem sido flagrados fazendo uma 'masturbação coletiva'
Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), em São Paulo, causaram revolta nas redes sociais neste domingo após terem sido flagrados fazendo uma 'masturbação coletiva' durante jogos que aconteceram em abril deste ano - @ale_campelo no X/Reprodução

Em um dos vídeos, é possível ver eles correndo pela quadra. Em redes sociais, há comentários de que os alunos estariam fazendo uma "masturbação coletiva".

Procurado pela coluna, o Cremesp diz "repudiar veementemente a conduta dos alunos".

"O conselho esclarece que oficiará a instituição, solicitando que as providências cabíveis sejam tomadas com a severidade necessária, e que as mesmas sejam comunicadas à autarquia", afirma.

O Cremesp acrescenta que não tem competência legal para atuar em relação aos estudantes, uma vez que a sua atividade é restrita aos profissionais médicos formados e registrados no estado de São Paulo.

Segundo o portal Metrópoles, a direção da instituição teria decidido expulsar seis estudantes envolvidos no ocorrido. Procurada pela Folha, a Unisa não se manifestou até a publicação desta reportagem.

O Ministério da Educação já notificou nesta segunda-feira (18) a universidade para que preste esclarecimentos sobre os vídeos e informe quais são as punições previstas em seu regimento, caso sejam confirmados os fatos.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) também afirmou que a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos iniciou as investigações sobre o caso.

A atlética da Unisa disse, por meio de nota divulgada nas redes sociais, que as imagens não são contemporâneas e que não representam "princípios e valores da atlética".

Já o Centro Universitário São Camilo afirma que o episódio aconteceu em um evento esportivo chamado Calomed.

"Os alunos da Unisa, saindo vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra. Não foi registrada, naquele momento, nenhuma observação por parte das nossas alunas referente à importunação sexual", declarou a universidade, que afirmou apoiar todos os alunos e que não compactua com quaisquer atos que possam atentar contra o pudor e os bons costumes.

Após a repercussão do episódio, o Ministério das Mulheres lamentou o episódio no X (antigo Twitter). A pasta relatou que romper com séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero.

"Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas —elas devem ser combatidas com o rigor da lei", disse a pasta. "Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência."

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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