Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu LGBTQIA+

Pastor Henrique Vieira sofre ataque hacker após se opor a projeto contra casamento LGBTQIA+

Deputado do PSOL chegou a propor audiência pública para debater o tema, mas manobra antecipou votação à discussão

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O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) foi alvo de ataques hacker após colocar no ar uma campanha contra a proposta que busca proibir a união entre pessoas do mesmo gênero no país.

O texto deve ser discutido na próxima semana pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. Um parecer elaborado pelo deputado Pastor Eurico (PL-PE) sugere que "o casamento entre pessoas do mesmo sexo é contrário à verdade do ser humano".

O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília - Zeca Ribeiro - 25.abr.2023/Câmara dos Deputados

Opositor da proposta, Vieira passou a encabeçar uma campanha intitulada "O Amor Vence", que já reuniu mais de 90 mil assinaturas e conta com a adesão de artistas e ativistas. Nos últimos dias, porém, uma série de ataques impediu o acesso de novas pessoas ao site que colhe as assinaturas.

De acordo com o mandato do parlamentar, hackers empreenderam um ataque do tipo DDoS, que consiste na realização orquestrada de milhões de acessos simultâneos para sobrecarregar a página, até que ela saia do ar. Até mesmo um número de WhatsApp usado pelo gabinete chegou a ser invadido e invalidado.

"Depois que nós colocamos a nossa campanha nas redes, ela vem sofrendo ataques de robôs. É o jeito que a extrema direita age", afirma Vieira.

Para o deputado e pastor, o projeto de lei que será votado fere a integridade, a existência e os direitos de cidadãos brasileiros. "Não deixaremos de lutar por um país mais justo, democrático, diverso e plural. Não é possível aceitar um modelo de Estado que criminaliza e persegue o amor e a diversidade", disse à coluna.

Na semana passada, o parlamentar chegou a apresentar um requerimento em que pede a realização de uma audiência pública para discutir o casamento homoafetivo no Brasil. A ideia era que o tema pudesse ser debatido com entidades e sociedade civil antes de ser encaminhado para votação.

A audiência chegou a ser aprovada, porém uma manobra feita pelo presidente da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, Fernando Rodolfo (PL-PE), postergou o debate para depois que o projeto de lei for apreciado.

O texto, que foi apresentado há mais de uma década pelo então deputado Clodovil Hernandes, inicialmente era favorável aos direitos de pessoas LGBTQIA+, mas acabou sendo descaracterizado para atender a interesses conservadores.

"O Brasil, desde sua constituição e como nação cristã, embora obedeça ao princípio da laicidade, mantém, na própria Constituição e nas leis, os valores da família, decorrentes da cultura de seu povo e do Direito Natural. Nesse sentido, toda lei feita pelos homens tem razão de lei porquanto deriva da lei natural", diz o relatório que será colocado para votação.

O deputado Pastor Henrique Vieira, agora, deve intensificar a articulação para que a audiência pública ocorra antes da apreciação do projeto de lei pela comissão.


CASA ABERTA

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi recepcionada pelos curadores Grada Kilomba, Hélio Menezes e Diane Lima, da 35ª Bienal de São Paulo, no coquetel de abertura da mostra, realizado na capital paulista, na semana passada. A secretária estadual de Cultura de São Paulo, Marilia Marton, esteve lá. A atriz e diretora Bárbara Paz também compareceu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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