Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Brasileiros em Gaza terão que passar a noite em escola sob bombardeios e tiroteios

Bombardeio atrasou chegada de ônibus ao local, e trajeto à noite é considerado perigoso

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Bombardeios e tiroteios já são ouvidos pelo grupo de brasileiros que se refugia em uma escola na Faixa de Gaza. Os confrontos armados se estendem pelas ruas e quadras do entorno da instituição, segundo relatos.

O espaço, que vinha acolhendo aqueles que aguardam sua repatriação, era considerado seguro até o início desta sexta-feira (13), quando o o Exército israelense deu um ultimato para que todos os palestinos se desloquem do norte para o sul da região dentro de 24 horas.

A operação que busca levar o grupo para um local mais seguro teve que ser adiada, pelo menos, até a manhã de sábado (14).

Grupo de brasileiros abrigado em escola católica na Faixa de Gaza faz foto no local - Arquivo pessoal

Um ônibus designado pela diplomacia brasileira para resgatar o grupo de palestino-brasileros acabou chegando tarde à escola —enquanto se dirigia ao destino, a via principal da cidade de Gaza foi bombardeada, o que acabou atrasando o veículo.

Como já é noite em Gaza, a viagem até a cidade de Khan Younes, onde eles serão abrigados, se tornou perigosa.

Ônibus designado pela diplomacia brasileira para resgatar brasileiros em escola na Faixa de Gaza - Arquivo pessoal

O clima entre aqueles que tentam sair da faixa conflagrada é de pavor, como registrado em vídeo pela brasileira Shahed al-Banna, de 18 anos de idade.

"A gente achava que a escola era um lugar seguro para nós, mas agora não é um lugar seguro. Eles vão entrar no país e vão acabar com todo mundo. Os prédios, as árvores, crianças, pessoas, bichos, tudo vai ser morto", afirmou ela, em relato compartilhado com a coluna.

Ao menos 22 brasileiros aguardam uma oportunidade para deixarem Gaza. Deles, dez são crianças, sete são mulheres e cinco são homens. Nem todos, contudo, estão abrigados na escola: 12 brasileiros estão na cidade de Khan Younes, ao sul da Faixa de Gaza.

A diplomacia brasileira segue em negociações para viabilizar a abertura de uma fronteira com o Egito, mas a chegada a um acordo com o país egípcio é considerada uma costura delicada.

O Egito reluta em abrir a fronteira com Gaza, temendo, com isso, receber milhares de refugiados palestinos no país. Israel, por outro lado, bombardeou a região de Rafah, criando uma situação de extrema insegurança e dificultando ainda mais as negociações do Brasil com o Egito.

Na quinta-feira (12), o ex-chanceler Celso Amorim, assessor-chefe para assuntos internacionais do presidente Lula (PT), entrou nas negociações e dialogou com a assessora de segurança nacional do país árabe, Faisa Aboul Naga, para tentar acertar a retirada dos brasileiros pela fronteira de Gaza com Rafah.

Faisa Aboul Naga é assessora direta do presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Na conversa, ela afirmou que daria máxima atenção ao tema e que levaria, imediatamente, a demanda do governo brasileiro ao mandatário egípcio.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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