O ex-chanceler Celso Amorim, assessor-chefe especial do presidente Lula (PT) para assuntos internacionais, iniciou tratativas com a China, a Turquia e a Liga Árabe em busca de soluções que evitem a escalada do conflito entre Israel e o povo palestino.
A prioridade máxima do governo federal ainda é resgatar brasileiros que se encontram sitiados na Faixa de Gaza. Quadros da Presidência e do Ministério das Relações Exteriores têm trabalhado incansavelmente em busca de uma rota para a retirada do grupo da área conflagrada.
Em outras frentes, a diplomacia busca garantir assistência humanitária nas regiões de conflito e abrir diálogo em prol de uma solução pela paz.
Na quinta-feira (12), Amorim conversou com o conselheiro-chefe da Presidência da Turquia para política externa, Akif Kiliç, e com Wang Yi, principal conselheiro do presidente da China, Xi Jinping, para assuntos internacionais.
Na ligação com seu homólogo chinês, Amorim afirmou que o Brasil, enquanto presidente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), está disposto a coordenar, em parceria com a China, uma ação para pacificar o conflito.
Em resposta, Wang Yi afirmou que seu país está disposto a estreitar a cooperação e a comunicação com o Brasil e que se opõe a atos que firam civis e violem o direito internacional.
Ele afirmou, ainda, que a prioridade da China é garantir a abertura de um corredor humanitário que permita a saída de civis em segurança, evitando o agravamento da crise humanitária em Gaza.
Nesta sexta-feira (13), Amorim conversou com o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit. Atualmente, o grupo é integrado por 22 Estados, entre eles Egito, por onde se tenta retirar os brasileiros de Gaza, Qatar, Emirados Árabes, Iraque, Marrocos e também a Autoridade Nacional Palestina.
O representante árabe teria dito que, ao assumir a presidência do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil passa a ser responsável por adotar medidas que coloquem fim nos ataques israelenses contra civis na Faixa de Gaza, segundo um comunicado emitido pela liga.
Gheit ainda teria classificado como uma "flagrante violação do direito humanitário internacional" o ultimato dado por Israel para que palestinos deixem o norte da Faixa de Gaza, em um prazo que se encerra dentro das próximas horas.
O secretário-geral da liga teria pedido também que a comunidade internacional contenha o que chamou de "loucura" de Israel em seguir com a ofensiva, e afirmado que os países da Liga Árabe estão de acordo com o Brasil em demandar um cessar-fogo imediato, bem como a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.