Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Governo é informado de que brasileiros deixarão Gaza até sábado

Israel, Egito e autoridades palestinas confirmaram que grupo entrará em lista de estrangeiros que poderão sair do território; diplomatas reagem com entusiasmo, mas cautela pois situação muda a cada instante

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Os brasileiros que estão na Faixa de Gaza devem poder, enfim, sair do território.

O governo brasileiro recebeu de Israel e do Egito a informação de que o grupo será incluído na lista de estrangeiros que poderão deixar o país entre sexta-feira (10) e sábado (11).

Autoridades de Gaza, controlada pelo Hamas, também confirmaram que eles receberão permissão para sair.

O Itamaraty já se prepara para a possibilidade de o presidente Lula receber os brasileiros que estavam em Gaza no aeroporto. Eles serão os últimos a conseguir sair da região em guerra.

O grupo será recebido no Egito por diplomatas do Brasil, que se movimentaram o dia todo em torno da questão. O avião da Força Aérea Brasileira, que estava estacionado no Cairo (Egito) há três semanas, vai levantar voo para buscar os brasileiros perto da fronteira com Gaza.

O grupo de brasileiros abrigado em escola católica, localizada ao norte da Faixa de Gaza; local foi evacuado após ultimato de Israel - Arquivo pessoal - 13.out.2023

O Itamaraty informou que o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, conversou, pela quarta vez, com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, sobre o assunto.

O telefonema ocorreu nesta quinta (9).Nele, o diplomata israelense confirmou, como Egito e Hamas, que os brasileiros sairão do território palestino.

Outros diplomatas brasileiros também dialogaram com autoridades envolvidas na negociação, que mobilizou até mesmo o presidente Lula (PT).

A informação está sendo tratada com um misto entusiasmo e cautela, já que o quadro é de instabilidade e a situação, num quadro de guerra, sempre pode mudar.

Se confirmada a inclusão, a operação de repatriação, liderada pela diplomacia brasileira, terá uma importante etapa concluída após um périplo dramático marcado por fuga em meio a bombardeios, escassez de recursos básicos e incertezas sobre a sobrevivência do grupo.

Temor, tensão, reviravoltas e uma longa espera marcaram, nas últimas semanas, o processo de negociação para a liberação dos brasileiros.

Desde o dia 1º deste mês, listas com centenas e mais centenas de nomes de estrangeiros foram divulgadas, sem que nenhuma delas incluísse os cidadãos do Brasil.

O grupo que será repatriado é composto por 34 pessoas e está abrigado na cidade fronteiriça de Rafah, a poucos metros do Egito, e também em Khan Yunis. Há 18 crianças, dez mulheres e seis homens. Desse total, 24 são brasileiros, sete são palestinos em processo de imigração, e outros três, parentes próximos.

Os brasileiros foram deslocados para o sul de Gaza após um ultimato dado por Israel em 12 de outubro, que ordenou a evacuação do norte do território ante a possibilidade de uma invasão terrestre sem precedentes.

Alocados pelo governo Lula próximos à fronteira, os brasileiros já estão preparados para deixar Gaza na primeira hora do dia, assim que a liberação for anunciada pelo Egito. A situação não é compartilhada por outros estrangeiros que aguardam sua repatriação e estão espalhados por toda a faixa.

Ainda no mês passado, no início das negociações com Egito e Israel para a liberação dos brasileiros, o governo federal deslocou para Roma, na Itália, a aeronave da Presidência da República para resgatá-los. Em 31 de outubro, o avião desembarcou no Cairo.

O primeiro grupo de estrangeiros moradores de Gaza começou a deixar o território sob ataque de Israel no dia 1º deste mês, após um acordo mediado pelo Qatar entre os governos de Tel Aviv e do Cairo.

A demora pela inclusão dos nomes dos brasileiros tem gerado insatisfação e angústia entre membros do grupo. "O que a gente está passando aqui é um terror. Um massacre, que a gente vê dia a dia. As bombas não param de cair, há bomba por todo lado. Sem energia, sem luz até esse momento. Vai fazer 25 dias, infelizmente, de terror", afirmou o brasileiro Hasan Said Rabee à coluna, na semana passada.

Como mostrou a Folha, Israel não está sozinho na elaboração das listas. Ela é de responsabilidade do Egito, em consulta com Tel Aviv, Washington e Doha, mediadores do processo.

A travessia de estrangeiros pela fronteira de Gaza com o Egito tem sido marcada por idas e vindas desde que a passagem foi aberta pela primeira vez.

Na manhã desta quinta-feira (9), por exemplo, o país egípcio reabriu a fronteira no posto de Rafah, mas não divulgou uma sétima lista de estrangeiros autorizados a deixar o território. O documento é imprescindível para a passagem.

A saída de novos grupos também tem sido condicionada à garantia de segurança no transporte de feridos e ambulâncias.

Na semana passada, Israel foi acusado de alvejar dois campos de refugiados e de atacar uma ambulância que deixava um hospital de Gaza para seguir para o Egito.

O país israelense justificou o ataque afirmando que o Hamas escondia alguns de seus integrantes dentro dos veículos. A informação foi negada pelo grupo terrorista.

Depois do ataque, o governo egípcio fechou o posto de fronteira e suspendeu as autorizações para que estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade deixassem a região.

Após dois dias fechada, a liberação do fluxo de pessoas foi retomada na terça-feira (7).

Na quarta (8), porém, o Egito voltou a bloqueá-la. A justificativa dada, mais uma vez, foi a de que o Hamas estava escondendo integrantes em ambulâncias que transportavam feridos de Gaza a Rafah.


BRILHO

Os atores Marina Ruy Barbosa e Ícaro Silva participaram da festa realizada pela grife Bulgari em São Paulo, na terça-feira (7), para celebrar os 75 anos de sua icônica coleção Serpenti. A cantora Agnes Nunes esteve lá. A modelo Raissa Santana também compareceu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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