Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo
Descrição de chapéu Folhajus aborto

Justiça de Goiás dá cinco dias para Assembleia Legislativa se manifestar sobre lei antiaborto

Norma estadual obriga gestantes a ouvirem os batimentos cardíacos do feto antes da interrupção legal

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O desembargador Paulo César Alves das Neves, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), deu cinco dias para que a Assembleia Legislativa do estado se manifeste em uma ação que pede a suspensão de uma lei que obriga gestantes a ouvirem os batimentos cardíacos do feto caso optem por um aborto legal.

A ordem se dá no âmbito de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada pela Federação Nacional dos Servidores e Trabalhadores da Saúde (Fenacsaúde). A entidade argumenta que a legislação estadual viola a Constituição e os princípios da dignidade humana, além de restringir o direito à saúde e de ferir a dignidade sexual das mulheres.

Ato pela descriminalização do aborto na avenida Paulista, em São Paulo - Bruno Santos - 28.set.2023/Folhapress

A ação foi aceita pelo desembargador, que também pediu que o procurador-geral do estado, Rafael Arruda Oliveira, e o Ministério Público de Goiás se manifestem no processo.

De autoria do ex-deputado estadual Fred Rodrigues (DC), a norma sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) no mês passado institui a "Campanha de Conscientização contra o Aborto para as Mulheres no Estado de Goiás".

O texto determina que o "estado forneça, assim que possível, o exame de ultrassom contendo os batimentos cardíacos do nascituro" e prevê "palestras sobre a problemática do aborto", além de uma série de atividades sobre os "direitos do nascituro, o direito à vida e as imputações penais no caso de aborto ilegal".

A Fenacsaúde ingressou com um pedido de medida cautelar para que a lei seja imediatamente suspensa. No mérito da ação, a entidade pede que o texto sancionado seja declarado inconstitucional.

"No caso de uma mulher que já sofreu uma grave violência à sua dignidade sexual, vítima de estupro e que engravida, submetê-la à escuta dos batimentos cardíacos, como determinado pela lei, representará mais uma violência, dificultando o seu acesso ao procedimento que servirá apenas para atrasar seu direito ao aborto legal", afirma a associação.

"Também no caso de uma gestante que corre risco de vida e precisa interromper a gestação, tal procedimento potencializará o sofrimento emocional que a sua condição vulnerável já lhe estabelece, e igualmente não representa a assistência psicológica determinada pela Constituição do Estado", diz ainda.

No Brasil, a interrupção é permitida quando há risco à vida materna, em casos de estupro e de gestação de feto anencéfalo.

"A lei goiana é mais uma das muitas violações que existem à proteção de meninas e mulheres vítimas de estupro no Brasil", afirma o advogado Henderson Fürst, que assina a peça.

A lei estadual também é alvo de outras duas ADIs apresentadas no Supremo Tribunal Federal —uma de autoria do PSOL e outra da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ).


SOM

Os cantores Barro e Chico César - Flora Negri/Divulgação

O cantor e produtor Barro dividiu os microfones com Chico César na gravação de "Vira-lata Caramelo", novo single composto por ele que será lançado no dia 22 deste mês.

A faixa, que também traz as assinaturas de Guilherme Assis e Juliano Holanda, usará a figura do cachorro caramelo, que virou uma espécie de símbolo nacional, para falar sobre a identidade brasileira. O trabalho irá integrar o terceiro álbum de estúdio do músico recifense, previsto para ser lançado ainda neste semestre.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.