Mônica Bergamo

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Livro reúne histórias de mulheres afetadas pelo uso do contraceptivo Essure

'O Útero Biopolítico' será lançado nesta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro

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A jornalista e pesquisadora Miriam Kênia acompanhou durante cinco anos grupos virtuais de mulheres, em um total de 6.000 pessoas, que usaram o contraceptivo Essure, fabricado pela Bayer. Sangramentos, dores crônicas, infecções urinárias e até órgãos perfurados foram alguns dos sintomas relatados e que foram reunidos por ela no livro "O Útero Biopolítico", que será lançado nesta quinta-feira (14), no Rio de Janeiro.

Disponível entre 2009 e 2017 no Brasil, o Essur foi apresentado como um microimplante permanente alternativo à laqueadura de trompas. Muitas mulheres no país e no mundo, porém, começaram a relatar diversas queixas por causa do uso do dispositivo, que a própria Bayer deixou de comercializar anos depois.

Capa do livro 'O Útero Biopolítico', de Miriam Kênia - Divulgação

No país, as reclamações se concentraram no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Pará, em Tocantins e no Distrito Federal, onde houve implantação do contraceptivo no SUS (Sistema Único de Saúde).

Segundo a pesquisa de Miriam Kênia, grande parte das vítimas estava na fila de espera para realizar a cirurgia de laqueadura. Ela identificou também que mulheres pretas e pardas foram a grande maioria das que relataram sintomas.

"Entre os grupos entrevistados, 48% das mulheres com sintomas relacionados ao Essure têm renda familiar na faixa de um a três salários-mínimos, enquanto 39% estão na faixa de três a cinco salários. Além disso, 80% se autodeclaram como pretas ou pardas", diz Miriam.

Um grupo de 400 brasileiras prepara uma ação para exigir indenização. Elas são representadas pelo escritório internacional Pogust Goodhead, que também defende 182 mulheres afetadas pelo Essure nos Estados Unidos.

"A Bayer já assinou acordos com vítimas nos Estados Unidos, mas continua sem assumir a responsabilidade. Queremos buscar justiça", diz a advogada do caso, Bruna Ficklscherer.

A farmacêutica já afirmou em outras ocasiões que a segurança do dispositivo é comprovada por uma série de estudos e que decidiu retirar o produto do mercado por motivos comerciais e de estratégia de negócios.

"A Bayer defende a segurança e eficácia do Essure, demonstradas por um corpo robusto de estudos científicos. Esse conjunto de dados inclui os resultados de 10 ensaios clínicos e mais de 70 estudos observacionais acompanhando pacientes em situação de uso real, conduzidos pela empresa e pesquisadores independentes nos últimos 20 anos, envolvendo mais de 270 mil mulheres", afirma a fabricante.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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