Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mônica Bergamo

Vereador consegue assinaturas para CPI contra padre Júlio em SP

Com apoio de 19 parlamentares, Rubinho Nunes protocolou requerimento de pedido da Comissão

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil) obteve as 19 assinaturas necessárias para protocolar a CPI (Comissão de Inquérito Parlamentar) para apurar violações contra a dignidade humana, sobretudo crimes sexuais, assédio e abusos contra pessoas em situação de rua.

O parlamentar fez o anúncio na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo na tarde desta quarta-feira (13). Rubinho, que foi um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre), disse que o requerimento para a abertura da comissão já foi protocolado no sistema da Casa.

Como mostrou a Folha, o vereador alterou a proposta, que inicialmente seria para investigar as ONGs que atuam na região da cracolândia, no centro de São Paulo. Agora, a comissão mira de forma ainda mais direta o padre Júlio Lancellotti.

O padre Júlio Lancellotti - Eduardo Knapp - 11.jan.2024/Folhapress

O próximo passo é levar o pedido para votação no plenário da Casa —nessa fase serão necessários 28 votos, a maioria absoluta dos vereadores, para aprovar o requerimento de urgência, que fura a fila na sessão plenária e agiliza a votação. A abertura da CPI depende da articulação do presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil).

Lancelotti é responsável pela paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca (zona leste) e coordenador da Pastoral do Povo da Rua.

Com a abordagem mais ampla, o novo texto da CPI não faz menção somente a ONGs e abre caminho para a investigação de Lancellotti, mesmo que desde o início o pároco fosse considerado um alvo implícito da medida.

Com a mudança no escopo, o texto de Nunes "requer a criação e instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de apurar violação à dignidade da pessoa humana, em especial crimes contra a liberdade sexual, assédio moral, sexual, psicológico e abusos congêneres cometidos contra pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e drogadição no município de São Paulo".

O texto foi ajustado, segundo o autor do pedido, para que a comissão tenha segurança jurídica para investigar supostos crimes sexuais praticados por quem atua com pessoas vulneráveis. Segundo Nunes, há dois "depoimentos contundentes" contra o padre, que nega as acusações.

Nunes e Leite compartilharam entre os vereadores um vídeo no qual mostra um homem se masturbando durante uma conversa pela internet. O material não tem autenticidade comprovada. Lancellotti diz se tratar de conteúdo adulterado.

Este vídeo também foi compartilhado em 2020, quando Arthur do Val, então candidato à Prefeitura de São Paulo, fez denúncia à Igreja Católica. Na ocasião, a igreja arquivou a investigação.

Em fevereiro deste ano, a Arquidiocese informou que abriu nova investigação para apurar a conduta do pároco após tomar conhecimento de um "suposto novo fato de abuso sexual".

O padre sempre rebateu as acusações e disse, em nota, que "as imputações surgidas recentemente —assim como aquelas que sobrevieram no passado— são completamente falsas, inverídicas" e que ele tem "plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.