Mônica Bergamo

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Descrição de chapéu drogas desmatamento

Apreensão de drogas cresce em estados da Amazônia que reduzem desmatamento, diz centro do Ministério da Justiça

Estudo foi realizado pelo Cdesc, que será lançado nesta quarta (26) pela pasta

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Um estudo preliminar realizado pelo Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário (Cdesc), que está vinculado à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, identificou que os estados que compõem a Amazônia Legal e tiveram redução no desmatamento entre 2022 e 2023 também viram crescer o número de apreensões de ao menos um tipo de droga.

De acordo com o levantamento, Acre, Amazonas, Pará e Rondônia reduziram o desmatamento por quilômetro quadrado no período analisado e tiveram alta na apreensão de maconha ou de cocaína, quando não das duas drogas.

Imagem mostra floresta amazônica densa, em verde escuro, cortada por uma pista de pouso marrom claro, de terra batida, ao lado de uma operação de garimpo
Pista de pouso ao lado de garimpo clandestino na região do rio Rato, afluente do Tapajós, em Itaituba (PA) - Lalo de Almeida - 19.ago.2018/Folhapress

Em Rondônia, estado que registrou a maior redução percentual (25,1%) em suas taxas de desmatamento e diminuiu em 41,4% suas áreas desmatadas, houve um aumento de 179,5% nas apreensões de maconha por polícias estaduais e de 8,1% nas apreensões de cocaína.

Já o Pará, que manteve-se estável e viu o desmatamento aumentar apenas 1,4% de um ano para o outro, viu a apreensão de maconha crescer 200,1%, e a de cocaína, 124,3%.

"Entre esses quatro estados, somente o Amazonas não registrou aumento na apreensão de maconha, apresentando uma queda de apenas 3,7%, o que é relativamente pequeno considerando a magnitude das variações nas demais unidades federativas", diz o estudo.

No caso amazonense, foram registradas quedas de 20,6% e de 37,9% nas taxas de desmatamento e de áreas desmatadas, respectivamente. Apesar da ligeira redução na apreensão de maconha no estado, a apreensão de cocaína subiu 50,8% de 2022 para 2023.

O Amapá, por outro lado, figura entre os estados que registraram aumento nas taxas consolidadas de desmatamento, com 58,3%, mas teve um aumento de 256,5% nas apreensões de cocaína. As apreensões de maconha, contudo, sofreram uma queda de 33,6%.

Intitulado "Tráfico de Drogas na Amazônia e Efeitos no Meio Ambiente: Uma Análise Exploratória", o estudo será divulgado nesta quarta-feira (26), em Brasília, durante cerimônia que também marcará o lançamento oficial do Cdesc.

O centro começou a ser estruturado no ano passado e tem feito monitoramentos desde então. Seu principal objetivo é fornecer subsídios para a atuação da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, hoje comandada pela secretária Marta Machado.

O estudo buscou investigar as possíveis relações entre a atuação de organizações criminosas que traficam drogas e a degradação do meio ambiente. Foram utilizados dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e de secretarias de segurança pública. Outras pesquisas de aprofundamento nos dados encontrados estão previstas.

Os autores fazem um alerta para o que chamam de uma tendência de desmatamento próximo a terras indígenas e para a proliferação de pistas de pouso não registradas nassas áreas.

Levantamento feito pelo Mapbiomas no ano passado identificou 2.869 pistas na Amazônia, sem distinção entre autorizadas ou não autorizadas. O número é mais do que o dobro das que constam nos registros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Deste total, 28% (804 pistas) estão dentro de alguma área protegida: 320 ficam em terras indígenas, e outras 498, no interior de unidades de conservação.

"Isso requer novos levantamentos de informações para melhor compreender como o mercado ilícito tem afetado as populações indígenas", afirma o Cdesc.

O estudo ainda destaca que a atuação do tráfico de drogas nesses contextos costuma envolver a apropriação ilegal de terras para cultivo de coca e cannabis, incluindo territórios indígenas e protegidos, bem como o trabalho forçado de povos originários e esquemas de proteção e de extorsão.


TERCEIRO SINAL

As atrizes Guida Vianna e Silvia Buarque receberam convidados para a estreia da peça "A Menina Escorrendo dos Olhos da Mãe", protagonizada por elas, realizada na semana passada. O espetáculo está em cartaz no Sesc Pinheiros, em São Paulo, e teve todos os seus ingressos vendidos. A atriz Mel Lisboa e o ator Luiz Henrique Nogueira prestigiaram a sessão.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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