Em novembro, o colunista de política externa do Financial Times, Gideon Rachman, publicou que o primeiro-ministro “Narendra Modi, da Índia, ganhou passe livre do Ocidente por tempo demais”.
Suas ações contra muçulmanos e a democracia “são ignoradas para preservar a ilusão reconfortante de que a Índia democrática atue como um baluarte ideológico contra a China autoritária”. Porém “a realidade é que o deslize da Índia para o iliberalismo pode estar fortalecendo a tendência global em direção ao autoritarismo”.
A aprovação de uma lei de cidadania que favorece outros grupos e exclui muçulmanos, há uma semana, disparou protestos. E a repressão que se seguiu começa a derrubar o "passe livre", ao menos na grande imprensa americana.
Ao longo da terça (17), as páginas iniciais de New York Times, Wall Street Journal e Washington Post destacaram imagens das manifestações —com o primeiro analisando em detalhes a violência da polícia, em vídeo postado diretamente na home.
WP e NYT dão atenção especial aos 135 dias de suspensão da internet na Caxemira. Era o único estado indiano de maioria muçulmana, mas perdeu a autonomia há quatro meses, por ordem de Nova Déli.
BOLSONARO LÁ
Na manchete digital do Dainik Jagran (acima), maior jornal indiano, já na quarta-feira (18), o "furor" dos protestos em Nova Déli, com ataque a delegacias e paralisação de trens.
A convite do colega Narendra Modi, feito durante a cúpula dos Brics, Jair Bolsonaro viaja à capital indiana no mês que vem.
REVOLUÇÃO EVANGÉLICA
Sob o título “Igreja evangélica prega a revolução Bolsonaro”, Michael Stott, editor de América Latina do FT, relata visita ao Templo de Salomão, da Igreja Universal, em São Paulo.
Sublinha como o ministro Paulo Guedes agora usa pulseira com mensagem evangélica e observa que “uma mensagem thatcherista de auto-ajuda e trabalho duro se encaixa bem na teologia da prosperidade”. Encerra dizendo que “a fórmula funciona para Edir Macedo, um dos líderes religiosos mais ricos do mundo”.
MODELO MILITAR
O chefe do Comando Sul dos EUA, almirante Craig Faller, escreve na revista da organização Americas Society que a América Latina “está emergindo como espaço crítico na competição pelo futuro da ordem internacional” contra China e Rússia.
Destaca que “eventos na Bolívia, Peru, Equador, Chile e Brasil mostram que militares apolíticos que protegem os direitos dos cidadãos se tornaram o padrão”. Com isso e “os esforços anticorrupção, a América Latina pode servir como modelo para o resto do mundo”.
A nova edição coincide com o lançamento do programa Crescimento nas Américas, anunciado pelo secretário Mike Pompeo:
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