Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

México consegue dobrar o longo braço da lei americana

Ex-ministro da Defesa, preso pelos EUA, general Salvador Cienfuegos retorna ao país

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Dois meses após a prisão no aeroporto de Los Angeles do general mexicano Salvador Cienfuegos, ex-ministro da Defesa (2012-18) do governo Peña Nieto, o Departamento de Justiça dos EUA voltou atrás. Ele já está no México.

O governo de Andrés Manuel López Obrador pressionou Washington, afirmando que a investigação sigilosa de Cienfuegos no país, sem informar o novo governo, feriu a soberania e desrespeitou os acordos que os dois países mantêm no combate ao tráfico.

O confronto institucional vem sendo coberto extensivamente por mexicanos como Excelsior e Reforma e americanos como New York Times e Wall Street Journal.

Estes ouviram de fontes dos EUA que o México chantageou, ameaçando expulsar agentes americanos do país. Entre as declarações anônimas citadas, "o histórico do México agindo com qualquer tipo de integridade nesses casos não existe".

Pelos jornais mexicanos, Obrador respondeu que não ameaçou ninguém. "Dissemos: Queremos que nos informem e respeitem os acordos de cooperação, que se baseiam em confiança".

E seu chanceler afirmou que, agora, "seria suicida não investigar Cienfuegos após ter alcançado um acordo histórico com os EUA para conseguir seu retorno". A abertura do inquérito mexicano do general foi manchete no país na noite de quinta (19).

MENG, DOIS ANOS DEPOIS

South China Morning Post e outros chineses seguem cobrindo com atenção o caso de Meng Wanzhou, executiva da Huawei cuja prisão no aeroporto de Vancouver, por solicitação dos EUA, faz dois anos em 1º de dezembro.

A estatal canadense CBC, com a imagem acima, especula se Joe Biden, presidente, "poderia considerar os interesses do Canadá, aliado que lida com a ira da China".

GUERRA FRIA, NÃO

O financeiro alemão Handelsblatt entrevistou Marion Jansen, diretora de comércio da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), sobre o recém-assinado acordo de livre-comércio da Ásia.

"Ele definitivamente muda o mapa do comércio mundial", disse ela. Comprova que "a China está pronta para fazer concessões". E Japão, Coreia do Sul e outros membros da própria OCDE "mostram claramente que não querem que o mundo seja dividido em dois blocos".

Em suma, para a OCDE, "a Ásia está se distanciando do cenário de uma nova Guerra Fria".

ONDA AMERICANA

Depois de vários dias com destaque para anúncios de vacinas diversas, WSJ e NYT atravessaram a quinta-feira com a explosão dos casos de Covid-19 nos EUA. Na manchete do primeiro, no meio da tarde, "Desemprego cresce conforme vírus segura a recuperação".

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