Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Biden e Merkel vão se reunir, mas aliança já 'não é tão simples'

'Europeus querem menos diktat' dos EUA e veem China como 'parceiro comercial vital', diz NYT

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Nesta sexta (19), o americano Joe Biden se encontra virtualmente com a alemã Angela Merkel. Na chamada do New York Times, "Plano de Biden de juntar forças com a Europa contra Rússia e China não é tão simples".

Logo abaixo, "Europeus querem relação mais equilibrada, com mais diálogo e menos diktat", menos ditame. O jornal avisa que "a China pode ser rival para os EUA, mas é parceiro comercial vital para a Europa".

Destaca, como diferenças, o acordo de investimento entre União Europeia e China e o gasoduto Nord Stream 2 entre Alemanha e Rússia, obra retomada apesar da ameaça de sanções americanas.

O NYT sublinha que Biden e Merkel estarão virtualmente na Conferência de Segurança de Munique —sem citar que participam também de reunião virtual do G7, organizada pelo Reino Unido, que deixou e segue confrontando a UE.

A chanceler alemã, Angela Merkel, ao lado do então vice-presidente americano, Joe Biden, durante a Conferência de Segurança de Munique, em 7 de fevereiro de 2015 - Divulgação/Departamento de Estado dos EUA

EUROPA ADVERTE EUA

Jornais como o alemão Handelsblatt também ressaltam que "há frustração em Washington" com a posição europeia sobre a China. E que o "aborrecimento" de Biden é sobretudo com Merkel.

Mas ela vem respondendo, com os enviados europeus dizendo, por exemplo, como sublinhado pelo NYT, que o acordo com a China foi para garantir o mesmo acesso que Donald Trump havia obtido para os EUA, em seu acordo inicial com Pequim.

Nesta quinta (18), uma autoridade europeia foi além e, no destaque do site Politico, "advertiu Biden" sobre o programa "Buy American", que pretende direcionar as compras governamentais para produtos e serviços americanos.

Os europeus "vão monitorar se os EUA estão se distanciando dos compromissos da Organização Mundial do Comércio".

G7 E SUAS VACINAS

Via agência France Presse e britânicos como Financial Times, o presidente francês, Emmanuel Macron, direcionou a pauta do G7 virtual para a priorização do envio de vacinas à África.

Vai cobrar Biden e demais que "5% das doses sejam enviadas" para o continente, "onde China e Rússia ampliam sua influência" com vacinas, ressaltou o FT.

ASTRAZENECA, NÃO

Depois da África do Sul, agora alemães, franceses, italianos, austríacos, búlgaros e suecos vêm recusando a vacina britânica da AstraZeneca/Oxford, noticiam AFP, Reuters, Frankfurter Allgemeine Zeitung, Wall Street Journal.

ITALIANO PRUSSIANO

Via Twitter, com a foto acima, Angela Merkel saudou ("tudo de bom!") a chegada ao poder do italiano Mario Draghi, que estará ao lado dela no G7, "por uma Europa forte".

A estatal alemã Deutsche Welle lembra que Draghi virou presidente do banco central europeu graças a Merkel e era chamado, na imprensa alemã, de "italiano prussiano". Dele, no discurso de posse, publicado pelo financeiro Il Sole 24 Ore:

"Sem Itália não há Europa. Mas, fora da Europa, há menos Itália. Não há soberania na solidão."

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