Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu google internet Facebook

Nos EUA como na China, Estado tenta conter o poder do Big Tech

Receitas publicitárias de Google e Facebook saltaram, respectivamente, 34% e 46%; Pequim cerca o 'duopólio' de Alibaba e Tencent

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ao longo da semana, enquanto a cobertura geral saudava o retorno do Estado com Joe Biden, o Wall Street Journal publicava uma sequência de manchetes na direção contrária, evidenciando a concentração de poder econômico nos EUA.

Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft divulgaram seus resultados para o primeiro trimestre, deixando a cobertura financeira sem fôlego.

No dado mais afeito à mídia, as receitas com publicidade de Google e Facebook saltaram, respectivamente, 34% e 46%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Somado, o lucro das cinco cresceu 105%. A receita, 41%. E sua atuação se estendeu para outras áreas, passando a abranger muito do que promete ser a nova economia de consumo, pós-pandemia.

Com isso, anotou o Financial Times, o mercado financeiro até esqueceu temporariamente o temor de uma eventual intervenção estatal "para limitar o poder —e os lucros— do Big Tech".

O modelo para essa intervenção por Biden, como em muito do que ele vem anunciando para os EUA, poderá ser a China de Xi Jinping.

Os reguladores chineses impuseram uma multa de 18,2 bilhões de yuans (R$ 15,3 bilhões) ao Alibaba, em ação retratada, na cobertura americana, como tendo por alvo Jack Ma, fundador da empresa e suposto adversário de Xi.

Mas a capa mais recente da Caixin ressalta que a multa foi o "início da repressão à atividade anticompetitiva" na internet chinesa, "onde alguns titãs dominam cada vez mais a vida diária dos consumidores".

No destaque da principal publicação financeira do país, "não existe experiência internacional com que aprender, para o caso antitruste da China, o que significa que pode ser a primeira a fazer progresso".

Fechando o mês, os reguladores anunciaram na sexta uma primeira rodada de multas por ações monopolistas contra Tencent e outras dez empresas de tecnologia, inclusive Didi, do aplicativo brasileiro 99.

No vídeo explicativo da Bloomberg, "na China existe um duopólio do Alibaba e da Tencent que reúne tudo, desde compras a seguros, e os reguladores estão exigindo um campo de jogo mais nivelado".

E no vídeo quase didático do WSJ, "EUA também estão mirando Big Tech, mas veja aqui como a China se move mais rápido".

As gigantes americanas sabem que a regulação começou, não só na China, mas na Europa, e passaram a pressionar Biden a buscar aliados para não permitir que ela acabe indo longe demais, como levantou o Axios, voltado aos bastidores de Washington.

Ações de outros países já estariam sendo copiadas por alguns estados americanos. Especialistas/lobistas falam que "os EUA precisam trabalhar com a União Europeia em uma estrutura regulatória antes que países não democráticos assumam a liderança".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.