Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá

Chineses e americanos vão para a batalha no cinema e na Wikipedia

Estreia na China o filme de guerra 'A Batalha no Lago Changjin'; enciclopédia online dos EUA expurga editores chineses

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A estreia da semana —e do ano— nos cinemas chineses não foi “007 - Sem Tempo para Morrer”, o último com Daniel Craig. Foi “A Batalha no Lago Changjin”, com Wu Jing, o mesmo da série de filmes “Lobo Guerreiro”, que deu nome à nova diplomacia do país.

É sobre o confronto na Guerra da Coreia em que soldados chineses expulsaram americanos que tinham invadido a Coreia do Norte.

Imagem de um dos cartazes do filme ‘A Batalha no Lago Changjin’, com Wu Jing - Reproducao

Já bateu recordes e, diz o Global Times, de Pequim, “sucesso mostra que ecoa o sentimento do público de salvaguardar interesses nacionais, com implicações para a competição China-EUA”.

O cinema é uma das frentes em que os dois países vêm trombando. As bilheterias da China se tornaram “uma dor de cabeça gigante para Hollywood”, avalia a Bloomberg.

Neste ano, o afastamento ainda maior do novo governo nos EUA resultou na queda para quase metade das estreias americanas no mercado chinês, em relação ao primeiro ano já ruim da pandemia.

Segundo o serviço de entradas Maoyan, são 17 em 2021, contra 30 em 2020 e 52 em 2019 —o ano em que “Vingadores: Ultimato”, da Disney, arrecadou US$ 629 milhões no país.

Entre os que seguem sem data para chegar à China estão “Shang-Chi” e “Eternos”, também da Disney. Mas “Sem Tempo para Morrer”, que é da Universal, estreia no dia 29.

Do outro lado, os EUA também continuam erguendo barreiras em torno de seu consumidor, contra a China.

O South China Morning Post noticiou que a Amazon fechou três mil lojas online de marcas chinesas, alegando críticas falsas e culminando um cerco iniciado em maio —sob pressão do governo, segundo o Vox.

E a Wikipedia vem de anunciar o banimento de sete editores chineses, mais a perda do privilégio de administrador por outros 12, alegando que tentavam promover “os objetivos da China”, como disse sua vice-presidente à BBC.

Até então, a Wikipedia chinesa tinha 76 voluntários (38 da China continental, 20 de Taiwan, 17 de Hong Kong e um de Macau).

Longo artigo no Guancha, de Xangai, assinado por um estudante chinês da New York University, questiona que “o expurgo privará ainda mais os usuários continentais do direito de falar na Wikipedia, e as fontes de informação continentais se tornarão mais marginalizadas”.

Prevê mais ações assim, das plataformas ocidentais, e encerra com uma citação de Mao: “Jogue fora as ilusões, prepare-se para a luta”.

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