O Süddeutsche Zeitung, em manchete neste domingo, e a rede alemã ARD tiveram acesso a 2.000 páginas da investigação brasileira sobre uma fazenda da Volkswagen próxima à Amazônia, entre 1974 e 1986, que manteve funcionários supostamente como "escravos".
Segundo o jornal, "durante a ditadura, a VW teve uma grande fazenda de gado, em que trabalhadores temporários aparentemente eram mantidos como escravos". E "até hoje o homem que montou a 'Fazenda Volkswagen' não entende qual é o problema".
"De acordo com os documentos, os crimes foram cometidos por corretores de mão de obra contratados pela administração da fazenda", diz a ARD. "Trabalhadores temporários teriam sido baleados, espancados e amarrados. Os depoimentos descrevem, entre outras coisas, como a esposa de um trabalhador foi estuprada como punição por tentar fugir e como menores foram mantidos contra sua vontade na fazenda. Uma mãe testemunhou que seu filho sucumbiu aos ferimentos sofridos, enquanto outros teriam desaparecido."
A multinacional deve comparecer a uma audiência no próximo dia 14. Via agência France Presse, a notícia já chegou à China.
LULA ESTÁ DE VOLTA
Em destaque no Frankfurter Allgemeine Zeitung, "Lula x Bolsonaro: duelo pelo Brasil". O relato assinado por um dos editores do jornal alemão abre com uma saudação ao ex-presidente:
"O senhor de barba grisalha estava incontível quando surgiu diante de uma multidão em Contagem, no Brasil, na semana passada. A voz rouca, os olhos brilhando, a cabeça corada: 'Governar o Brasil é fácil. Você só tem que pensar nas pessoas, tê-las em seu coração. A maioria dos governantes não gosta do povo. Mas eu amo isto'. O Brasil não vê performances como essa há anos. Mas quem fala assim é bem conhecido dos brasileiros e do resto do mundo. Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por todos como Lula, está de volta."
Destaca porém que "o Brasil está mais dividido do que nunca, e isso é um problema para as empresas".
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