Em entrevista ao editor do Corriere della Sera, o papa Francisco afirmou, na manchete do jornal de Milão, estar "pronto para encontrar Putin em Moscou" (abaixo). Também em inglês.
Relatou ter ouvido do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, "que os russos têm um plano preciso e a guerra terminará em 9 de maio", aniversário da vitória sobre o nazismo —o que parece coincidir, segundo o papa, com as ações recentes de Donbas a Odessa.
Porém: "Eu tenho um mau pressentimento sobre tudo isso, admito, estou muito pessimista". Descreve sua insistência em pedir paz como "dever de fazer tudo que puder para parar a guerra", acrescentando: "Mas sou um padre, o que eu posso fazer?".
Da agência RIA Novosti ao Wall Street Journal, este já com editorial, a repercussão da entrevista foi para uma outra passagem de suas declarações, "talvez os latidos da Otan na porta da Rússia tenham obrigado Putin a desencadear" a guerra.
Na mesma direção do papa, como noticiado pela agência russa e por franceses com Le Figaro, Emmanuel Macron falou por duas horas e dez minutos na terça, por telefone, com o presidente russo.
Ainda sem avanço, pediu mais retiradas de civis de Mariupol e ouviu pedido para atentar aos bombardeios contra as cidades de Donbas.
GUERRA ESTRANHA
Em reportagem do chefe da sucursal em Moscou, ouvindo Dmitri Trenin, diretor do suspenso Centro Carnegie, o New York Times diz agora que "Putin mostrou contenção" na Ucrânia. Não destruiu "ferrovias, estradas e pontes", evitou "ciberataques, sabotagens ou mais cortes de energia para a Europa" etc.
Para Trenin, "é uma guerra estranha", em que "a Rússia estabeleceu limites rígidos para si mesma". Com isso, informa o NYT, "silenciosamente, autoridades ocidentais estão perguntando por quê".
INSTITUIÇÕES EM DECLÍNIO
Também no NYT, o vazamento via Politico do rascunho de uma decisão sobre aborto atinge "a Suprema Corte como instituição". Sua "reputação já estava em declínio, com grande parte do país convencido que ela não é diferente" do governo e do Congresso.
O vazamento "pode tornar a corte uma instituição como qualquer outra em Washington, em que facções rivais soltam segredos na esperança de obter vantagens".
GALOPANTE
Na Bloomberg, "Inflação no Brasil é tão ruim que até os funcionários do Banco Central protestam", com imagem do prédio em Brasília. Tendo passado de 12% ao ano, em abril, "está tão galopante que os encarregados de controlar os preços estão em greve para recuperar o poder de compra perdido".
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