Alemães como Franfurter Allgemeine Zeitung e Süddeutsche Zeitung saíram criticando no domingo o acordo obtido pela Turquia, entre Rússia e Ucrânia, para retomar a exportação de alimentos.
Foram chamadas como "Erdogan molda política externa como bem entender", sem ouvir a Otan, "Putin não é confiável" e "mesmo os otimistas sabiam que acordo não duraria". Aqui e ali reconhecem que, "no entanto, Ucrânia quer preparar exportação de grãos".
Já o New York Times deu prioridade à viagem do chanceler russo à África, iniciada pelo Egito no fim de semana, com chamada para o fato de ele "culpar EUA e seus aliados pela fome".
Foi em artigo que Serguei Lavrov publicou em jornais como o egípcio Al-Ahram, o congolês Dispatch, o ugandense New Vision, o queniano Star e o etíope Herald. No trecho citado pelo NYT, "Nós sabemos que os colegas africanos não aprovam as tentativas dos EUA e seus satélites europeus, sem disfarçar, de impor uma ordem mundial unipolar".
Sobre a "grave situação no mercado de alimentos", Lavrov responsabilizou o Ocidente por "absorver o fluxo" já durante a pandemia, em prejuízo dos países em desenvolvimento importadores, o que "foi exacerbado com as sanções impostas à Rússia".
"É essencial que todos os nossos amigos africanos entendam que a Rússia continuará a cumprir de boa fé suas obrigações na exportação de alimentos, fertilizantes, energia e outros bens vitais para a África. A Rússia está tomando todas as medidas para isso."
O NYT diz que, "antes da visita, diplomatas ocidentais pressionaram nos bastidores para o Egito não dar a Lavrov uma recepção muito calorosa, mas as tentativas, inclusive editoriais e postagens nas redes sociais, pouco fizeram para atrair mais apoio público".
CONCORRÊNCIA
A Bloomberg noticia que o canal russo RT está montando na África do Sul sua Redação central africana de língua inglesa, a ser chefiada por jornalista sul-africana que dirigia a cobertura no Oriente Médio.
"Num continente que se absteve de criticar" a Rússia, diz a Bloomberg, "a operação põe a RT em competição com outras emissoras apoiadas por governos, como a britânica BBC e a chinesa CGTN".
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