Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Queda do governo italiano é 'festa para Putin, choque para a Europa'

Sentindo os efeitos, União Europeia vai freando as sanções impostas a bancos, portos e aviação da Rússia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

"Votamos em 25 de setembro", manchetou o italiano Corriere della Sera, sobre as novas eleições após a derrubada de Mario Draghi —que foi ironizada pelo ex-presidente russo Dmitri Medvedev no Telegram com a imagem abaixo, questionando "quem será o próximo".

Na manchete do alemão Süddeutsche Zeitung, também sobre a saída de Draghi, "Uma festa para Putin, um choque para a Europa".

Dias antes, o Die Welt já destacava que "Esta crise põe em risco toda a zona do euro". Ela havia começado um mês atrás, com Bloomberg e outros noticiando que a "Coalizão racha em torno do plano de Draghi de continuar enviando armas para a Ucrânia".

E agora a Europa começa a ceder aos efeitos econômicos e políticos de suas sanções à Rússia. O principal movimento foi do governo alemão, apelando para o Canadá devolver uma turbina do gasoduto Nord Stream 1 —que já voltou a operar nesta quinta (21), segundo o financeiro russo Kommersant e outros.

Mas o freio nas medidas vai além. A Reuters informou que a União Europeia iria "alterar suas sanções para permitir o descongelamento de alguns fundos dos principais bancos russos" e "também planeja facilitar exportações de alimentos dos portos russos".

O Kommersant acrescentou que "a UE suspendeu a proibição de fornecimento de equipamentos e serviços de aviação à Rússia". E o Wall Street Journal noticiou que "Produtora russa de titânio é retirada da lista de sanções", sobre a VSMPO, uma fornecedora da europeia Airbus, que pediu a retirada à UE.

PUTIN & MBS

De sua parte, o presidente russo já está agindo noutra frente. No financeiro RBC, "Putin discute situação do mercado de petróleo com príncipe saudita" Mohammed bin Salman. Segundo o Kremlin, "constatou-se com satisfação que os países da Opep+", liderada por ambos, "estão cumprindo consistentemente suas obrigações para manter a estabilidade do mercado".

O jornal em inglês do governo saudita, Arab News, manchetou que a ligação partiu de Putin —e destacou que os dois "revisaram esforços regionais e internacionais para alcançar a estabilidade". Além de petróleo, ambos teriam falado sobre o Irã e uma eventual distensão proposta por MBS.

PAUL KRUGMAN ERROU

O New York Times pautou oito de seus colunistas para "revisitar suas previsões incorretas e seus maus conselhos –e refletir sobre por que mudaram de ideia". O primeiro na lista e provavelmente a sua motivação foi o Nobel de economia Paul Krugman, sob o enunciado "Eu estava errado sobre a inflação".

Em suma, no início do governo Joe Biden, "alguns economistas alertaram que o pacote de resgate de US$ 1,9 trilhão seria perigosamente inflacionário; outros estavam bastante relaxados. Eu era do Time Relaxado. Como se viu, é claro, esse foi um juízo muito errado" [a very bad call].

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.