Como registrou o Guancha então, o porta-voz da chancelaria chinesa, ao ser questionado sobre a recusa de vistos para jornais ocidentais no ano passado, respondeu que a Bloomberg, menos editorializada, tinha acabado de receber mais meia centena.
O resultado apareceu na cobertura do discurso de Xi Jinping. O serviço financeiro atravessou o domingo com manchetes detalhando o que era anunciado para "a próxima economia número um do mundo".
Às 2h30, o destaque de sua home page americana foi que "Xi diz que poder da China aumentou e alerta para tempestades". Logo abaixo, "Presidente Xi: as medidas contra Covid protegeram as pessoas".
Às 9h, "Xi promete vitória na batalha de tecnologia depois de restrições de chips dos EUA" (reprodução acima). Logo abaixo, "Xi chama disputa em torno de Taiwan de assunto chinês, respondendo aos EUA".
Às 18h, a manchete americana foi "Xi diz ao mundo que China está pronta para defender seu lugar com firmeza".
Mais importante, a manchete na home asiática da Bloomberg já era para análise, "Operadores financeiros veem foco em tecnologia e mais aperto com Covid após discurso".
"Debruçando-se nas nuances de cada frase", os "traders" se voltaram para o desdobramento esperado em tecnologia, salientada por Peiqian Liu, da Natwest, e segurança nacional, por Hong Hao, do Grow.
Ao lado de meio ambiente, sublinhada por Gary Ng, da Natixis, e "paixão de longa data por Xi", segundo a Bloomberg, são as áreas agora com mais atenção do governo —e ganhos no mercado financeiro.
CRESCER, NÃO DISTRIBUIR
De maneira geral, noutra análise da Bloomberg, Wu Xianfeng, da Shenzhen Longteng, Ding Shuang, da Standard Charted, e Chen Shi, da Shanghai Jade Stone, comentaram que Xi Jinping "enfatizou que o desenvolvimento econômico continua sendo a prioridade", não a distribuição de renda, como se temia.
EM TODOS OS ASPECTOS
Nos destaques do Global Times, ligado ao órgão oficial Renmin Ribao ou Diário do Povo, "PC traça curso para a China socialista moderna em todos os aspectos" e "China expõe caminho doméstico para alcançar modernização e conduzir economia a crescimento justo e inovador".
EUA CONTRA OS OUTROS RICOS
Com foto do México (acima) e citando também o Brasil, a Bloomberg noticia que os "mercados emergentes saem menos machucados conforme ira do dólar afunda nações ricas".
Surpreendendo Citigroup e outros, "grande parte da dor, na verdade, está sendo sentida no Reino Unido e na Europa", além do Japão, que "estão começando a odiar" o banco central americano, segundo o Financial Times, pela disparada da moeda.
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