Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

'Após dias tensos, caminho se abre para Lula', que é disputado por EUA e China

Veículos americanos e chineses projetam alinhamento ainda maior do Brasil com o grupo Brics, no novo governo

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Tucker Carlson, dia após dia na Fox News (acima), vai tirando o que pode dos atos antidemocráticos, para uso na reta final da campanha nos EUA. "Apoiadores de Bolsonaro foram assassinados", diz ele.

Já o Wall Street Journal, que é do mesmo grupo, informa que os "bloqueios de estradas no Brasil se dissipam à medida que a transição do governo começa". E a New Yorker, com Jon Lee Anderson em São Paulo preparando reportagem maior, adianta que, "Após dois dias tensos, o caminho está aberto para o retorno de Lula".

Também Joe Biden vem usando o paralelo com o Brasil, em sua defesa da democracia na campanha, mas o novo site americano Semafor avisa a Casa Branca: "Cuidado com o que você deseja", porque Lula traz "Uma tonelada de tijolos", trocadilho de "bricks" com Brics (abaixo).

A cobertura chinesa mal contém o entusiasmo. Reproduzida no Renmin Ribao, o Diário do Povo, a agência Xinhua perfila o presidente eleito sob o título "Lula 'filho do Brasil': o Brasil está de volta", com sua declaração de que o país retornará ao cenário mundial.

Sublinha suas promessas de "aprofundar a cooperação com os países do Brics, promover um novo modelo de governança global e criar uma economia exportadora num ambiente estável", além do desejo de voltar à China. Mais especificamente:

"Lula visitou a China muitas vezes, testemunhou o desenvolvimento, prestou atenção às conquistas no rejuvenescimento do país por meio da ciência e da educação, redução da pobreza, construção de infraestrutura etc., e elogiou a capacidade de governo do PC."

O South China Morning Post, ouvindo acadêmicos de EUA e Austrália, publica que "Lula é impulso para relações Brasil-China e Brics, dizem especialistas". Com ele, o grupo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul retoma o papel de contrapeso "Sul-Sul" ao domínio dos EUA.

BYD NA BAHIA

Nos primeiros sinais concretos da reaproximação, publicações chinesas como a Caijing, concorrente da Caixin, confirmam que a gigante de carros elétricos BYD vai estabelecer sua nova fábrica, no lugar da Ford, na Bahia —quarto eleitorado do país, que manteve o PT no governo.

E a agência Reuters noticia que Pequim aprovou uma lista de exportadores brasileiros e, com isso, "Brasil se aproxima da venda de milho para a China". O portal Sina Finance já informa que aumentou a projeção da produção brasileira de milho.

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