Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Lula entra em cena com racha entre 'Sul Global' e 'Norte Global'

Na COP27, representantes dos países em desenvolvimento questionam 150 anos de políticas dos países industrializados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A agência Reuters, que adiantou o plano de Lula há dois meses, iniciou sua cobertura da COP27 ouvindo de ambientalistas que "a nova aliança de nações de floresta tropical pode ser a chave para desbloquear o financiamento na cúpula do clima", no Egito.

"Ter uma voz tão forte [Lula] em qualquer aliança amplia e acelera os esforços para mudar para um desenvolvimento econômico favorável ao clima, garantindo que nossas florestas permaneçam em pé", diz Annisa Rahmawati, da Indonésia.

No inglês The Guardian, "Brasil, Indonésia e Congo em negociações para formar 'Opep das florestas tropicais'" (acima). Reporta que os três, que respondem por 52% das florestas tropicais no mundo, buscam uma "aliança estratégica".

Ouve do cientista brasileiro Carlos Nobre que "esses três ecossistemas são cruciais para a estabilidade do mundo"; e do congolês Joseph Mukumo, que a aliança precisa reconhecer o papel das comunidades indígenas para a proteção.

A COP27 já deu um passo para desbloquear o financiamento, como adiantou a Bloomberg: a aceitação pelos países mais ricos do debate em torno de sua dívida pela destruição ambiental acumulada.

No New York Times, "pela primeira vez, o tópico de 'arranjos de financiamento' foi incluído na pauta, superando as objeções de longa data dos Estados Unidos e da União Europeia".

Na cobertura, da Bloomberg ao Washington Post, da polonesa TVP à canadense CBC, a COP27 vem sendo descrita como choque entre "Sul Global" e "Norte Global". Do enviado do Paquistão, tornado símbolo dos efeitos da mudança no clima:

"Para os países em desenvolvimento que estão sofrendo esses impactos por causa das políticas dos países industrializados nos últimos 150 anos, é uma questão de justiça. Há muita conversa sobre solidariedade global. Mas existe essa relutância por parte do Norte Global em aceitar que eles causaram isso e, portanto, têm responsabilidade."

BRASIL POR MODELO

Com os enunciados "Lições do Brasil sobre democracia", na capa impressa, e "Como o Brasil evitou o caos pós-eleição que engolfou os EUA?", na home page, o NYT lista o que diferenciou os dois sistemas.

Com destaque para a resposta institucional conjunta da Justiça e do Congresso, em defesa do resultado; a rapidez com que ele foi alcançado, três horas no Brasil, contra "quase uma semana" nos EUA; e Alexandre de Moraes.

NÃO TENHA MEDO

Com a manchete "Aposte no Brasil", porque o país "vai impulsionar a economia global" (acima), a inglesa MoneyWeek é mais uma publicação voltada ao mercado financeiro que sai com louvores ao presidente eleito. Ressaltando "como trabalhou de forma eficiente o sistema" eleitoral, aconselha: "Não tema Lula".

Argumenta que "o motor da América Latina" vai lucrar com tendências como "a transição global de energia e o crescimento da população. E mais: as ações estão baratas". Ou seja, "é hora de investir no Brasil, depois da vitória de Lula, o socialista".

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.