Washington Post e Politico noticiam a mobilização na capital americana, ao menos da parte dos democratas, pela retirada do ex-presidente brasileiro do país.
Agora são os líderes do partido na comissão de relações exteriores da Câmara que "pedem a Biden que revogue o visto" e um primeiro senador, Tim Kaine, da comissão no Senado, que defende aceitar um pedido brasileiro. Mas o governo Lula não o fez ainda, diz o WaPo, citando o secretário de Estado, Antony Blinken, e "muitas autoridades dos EUA esperam que Bolsonaro retorne ao Brasil em breve para evitar a dor de cabeça".
Uma novidade, no caso da Câmara, é que a carta cobra do Departamento de Justiça investigar e "responsabilizar quaisquer atores baseados na Flórida", inclusive americanos, "que possam ter financiado ou apoiado os crimes violentos de 8 de janeiro".
Veículos mais alinhados aos republicanos, como o próprio jornal Orlando Sentinel e o site da Fox News, não chegam a defender, mas acompanham com atenção as promessas de Bolsonaro de adiantar sua saída da Flórida.
O Miami Herald vai além, com editorial questionando que "Bolsonaro se esconde na Flórida enquanto apoiadores violentos fazem seu trabalho sujo no Brasil" (acima), sublinhando que ele "pode enfrentar denúncias criminais ligadas a seus atos como presidente".
O jornal lamenta o apoio "perturbador de apoiadores de Bolsonaro em Miami", por exemplo, a Carla Zambelli, recebida "como heroína depois que perseguiu, apontando arma, um homem negro em São Paulo".
O mesmo Miami Herald e sua versão em espanhol, El Nuevo Herald, lamentam em reportagem de capa que outros veículos e políticos, inclusive Lula, "culpam Miami –sem razão– de ser sede da conspiração que incentivou a violência no Brasil, questionando a cidade como base de Bolsonaro na Flórida". Ele "está em Orlando", lembra o título.
'PEOPLE IN BRAZIL'
A atenção ao noticiário segue elevada na mídia anglo-americana, com o Financial Times voltando a manchetar na quarta o risco de novo ataque, "Lula mobiliza forças de segurança após vídeo de Bolsonaro questionar resultado eleitoral"; e o New York Times obtendo "vídeo exclusivo" do momento em que a barreira de poucos policiais, diante do Congresso, foi rompida no domingo.
Já o Guardian lançou um apelo, "Pessoas no Brasil: compartilhem suas opiniões sobre o ataque ao Congresso".
Por outro lado, com a arrogância de costume, a revista The Economist ensina "Como o Brasil deve lidar com a insurreição bolsonarista", e a Foreign Affairs, "Como o Brasil pode evitar um ressurgimento autoritário".
CALMA
No despacho da Reuters, sobre o café da manhã com o presidente, "Lula prevê políticas em vigor em cem dias e tranquiliza mercados" (acima). No fim do dia, "Fechar o ano com déficit primário inferior a 1% do PIB é bastante realista, diz Haddad".
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