Em meio a uma série de editoriais sobre Lula, o indiano The Hindu sublinha, sob o título "Devagar e firme", que seu "retorno ao poder é uma oportunidade para o Brasil corrigir os erros dos quatro anos de Jair Bolsonaro e colocar o país de volta no caminho do crescimento orientado para a igualdade".
Mas Lula "precisa negociar cautelosamente com a política conservadora".
No outro gigante asiático, o editorial do China Daily, voltado ao público exterior, ressalta as "perspectivas amplas e conotações ricas" para as relações bilaterais "mais fortes", simbolizadas pelo envio do vice Wang Qishan à posse e pela "atitude positiva" de Lula.
O anúncio de que a China é um dos primeiros países que ele deve visitar "indica que busca diplomacia equilibrada e independência".
No editorial do Financial Times, sediado na Inglaterra e controlado pelo japonês Nikkei, "Lula só pode vencer com pragmatismo" (acima). No subtítulo, salienta que sua "melhor chance de cumprir as promessas é aproveitar o poder do investimento e do comércio".
Avisa porém que ele "herda um país fortemente endividado e que enfrenta ventos globais contrários".
O inglês The Guardian já publicou dois editoriais. O primeiro abordou a esquerda latino-americana, com destaque para Lula, citando o economista Bresser Pereira e defendendo buscar um vago "novo modelo".
O segundo, em sua edição dominical, The Observer, afirma que "Lula e seu novo governo têm a grande tarefa de recompor o país", que "deve ser refeito à imagem do herói Pelé".
Na Espanha, o catalão La Vanguardia destaca "Os desafios de Lula", na economia e na política, e diz que sua "sensibilidade ao meio ambiente", por exemplo, deve ajudar a obter apoio externo.
Os madrilenhos El País e El Mundo, na mesma linha, apontam a necessidade de Lula "devolver o Brasil ao caminho da institucionalidade" e da "reconciliação".
Jornais como o mexicano La Jornada e o colombiano El Tiempo focam, em seus editoriais, o impacto na América Latina.
No primeiro, "a volta de Lula foi a melhor notícia de ano novo para os latino-americanos que não esqueceram seu papel na integração regional". No segundo, "é desejável, para o bem da região, onde surge uma oportunidade de integração, que Lula alcance um cenário de entendimento voltado ao bem-estar coletivo".
CONSENSOS
Abrindo extensa entrevista ao argentino Clarín, o chanceler Mauro Vieira afirma que, "em termos de política externa, especialmente na região, o Brasil está disposto a criar consensos. Lula é especialista nisso. Ele está disposto a falar com todos, inclusive com os Estados Unidos".
Projeta "relações de qualidade com Washington, mas independentes, soberanas e voltadas ao interesse nacional".
COLAPSO AMANHÃ
No site americano Semafor, "No YouTube, China está sempre prestes a entrar em colapso" (acima), ironizando os vídeos em que o país "parece estar sempre a um passo da destruição total", não importa por quê. Na plataforma e por Facebook e Twitter, "o conteúdo é praticamente todo intensamente negativo".
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