Iniciando o texto da revista The Economist, "Quando as suas fronteiras forem abertas em 8 de janeiro, a China terá passado 1.016 dias fechada para o mundo". Mais à frente, "a grande reconexão da China com o mundo exterior marca o fim de uma era: a da pandemia global".
O "período de turbulência" com a Covid vai até março, projeta a publicação, mas a "atividade econômica deve se recuperar fortemente", inclusive empregos, consumo e até o setor imobiliário.
Os efeitos serão sentidos "além das fronteiras". Citando que o país consome três quintos do minério de ferro produzido no mundo, entre outros dados, a Economist lembra que "o canal de influência mais direto da China é por meio das commodities".
No caso do gás natural, por exemplo, um teste de estresse feito pela Agência Internacional de Energia mostrou que a Rússia poderia redirecionar para a China toda a produção hoje entregue à Europa, que seria até forçada a racionar.
De maneira geral, "os preços mais altos das commodities serão uma dádiva para exportadores como o Brasil".
PICO?
O Global Times, de Pequim, ligado ao PC, publica que "está chegando ao fim o pico de infecção por Covid em megacidades" da China, o que é corroborado por estudioso da organização americana Council on Foreign Relations, citando números da retomada no transporte público de Pequim e outras.
O jornal chinês acrescenta porém que o contágio "deverá atingir áreas rurais em breve", além de cidades pequenas e médias, estendendo-se nelas até o final deste mês.
O DEMÔNIO XBB.1.5
Para a influente newsletter Sinocism, de Washington, "as restrições e exigências de testes [de viajantes chineses] pelos Estados Unidos" e depois outros países, aliados americanos, "são mais teatro do que substantivas, mais por razões de política interna, nem construtivas nem eficazes".
A justificativa para elas seria o risco de eventuais variantes chinesas. Mas na China e até Taiwan o temor expresso por jornais como Shine, de Xangai, e Zhongguo Shibao, de Taipé, é "o grande demônio XBB.1.5" —originado nos EUA, segundo o próprio Eric Topol, médico americano de referência sobre Covid, em mídia social.
EXCESSO DE MORTALIDADE
Sobre o número de vítimas da onda de Covid, a Bloomberg informa que o Centro de Controle de Doenças da China vai calcular "e divulgar" o excesso de mortalidade no período.
O dado, "que mede a diferença entre o número de mortes durante a onda de Covid e o número de mortes esperadas se ela não tivesse ocorrido, tem sido usado em todo o mundo para fornecer uma visão abrangente do impacto".
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