O americano The New York Times levou Lula ao alto da capa, "chegando ao palácio com um grupo representando a diversidade do Brasil", e o novo presidente tuitou a imagem. Mas a segunda-feira foi também de Lula na China.
O Renmin Ribao ou Diário do Povo noticiou no alto da home page, com Xinhua, e Lula tuitou confirmando que Xi Jinping enviou mensagem ao brasileiro, através do vice-presidente Wang Qishan. No despacho da agência chinesa:
"Em sua mensagem, Xi destacou que a China e o Brasil são grandes países em desenvolvimento, com influência global, e importantes mercados emergentes. São parceiros estratégicos abrangentes que compartilham amplos interesses comuns e assumem responsabilidades comuns de desenvolvimento, acrescentou Xi."
O líder chinês "está disposto a trabalhar com Lula para [os países] se apoiarem mutuamente na busca de um caminho de desenvolvimento" e para "impulsionar a parceria a um nível mais alto de uma perspectiva estratégica e de longo prazo".
Lula tuitou, como já despachado pela Reuters, que Xi expressou sua "vontade de ampliarmos a cooperação", ao que o brasileiro comentou: "A China é nosso maior parceiro comercial e podemos ampliar ainda mais as relações entre nossos países".
Na chamada do Global Times, tabloide em inglês ligado ao Renmin Ribao, "Lula empossado como presidente do Brasil, espera-se que eleve os laços com a China a novos patamares". Do Xin Jing Bao, também de Pequim, abrindo seu relato sobre a posse: "Lula chorou". No título, "Lula quer 'reconstruir' o Brasil".
O Guancha, de Xangai, portal que fez extensa entrevista com Lula no início da campanha eleitoral, levou ao alto o ensaio "Lula pode salvar a economia do Brasil?", de Wen Yi, da Universidade Jiao Tong.
Em suma, ao procurar responder se "o retorno de Lula pode interromper a grave tendência de desindustrialização do Brasil", avalia experiências históricas anteriores, feitas à sombra de pressões americanas, e não soa otimista:
"A causa raiz é a falta de capacidade nacional do Brasil e de política industrial correta, tornando-o inferior ao Japão no século 19 e à China no século 20, embora tenha recursos naturais abundantes... Não importa que tipo de governo chegue ao poder, será difícil salvar a economia brasileira, porque o motor mais fundamental do desenvolvimento foi destruído pelo mercado sob a orientação do neoliberalismo. Pode ser difícil reiniciar o motor da industrialização do Brasil. O país se afastou cada vez mais da indústria manufatureira, que é a fonte de inovação e grande plataforma de invenção tecnológica."
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